Etanol de milho: matriz de energia limpa e de valor agregado
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A indústria de etanol de milho da Inpasa é considerada uma das maiores em funcionamento da América Latina. Para este ano, a empresa prevê a produção de 3,25 bilhões de litros do biocombustível entre as suas cinco unidades, das quais duas estão localizadas em Mato Grosso, uma em Mato Grosso do Sul e duas no Paraguai.

Por ser de origem renovável, o combustível produzido é considerado um dos mais sustentáveis na atualidade. Além disso, o processo de fabricação também é destaque em sustentabilidade, já que faz a melhor utilização de recursos naturais.

O gerente de sustentabilidade da Inpasa, Christopher Davies Júnior, explica que todo o milho é aproveitado no processo de fabricação.

“O milho é 100% utilizado em nosso processo. Do amido, através do processo de fermentação, transformamos em etanol e biocombustíveis com baixa pegada de carbono. As proteínas e fibras são transformadas em DDGS, um suplemento que vai na ração animal. E além disso, temos o óleo de milho, que pode ser transformado em biocombustível, o biodiesel”, explica o gerente.

Processo agrega valor ao milho

Neste ano, as projeções para as cinco unidades da empresa é que processem cerca de 7,5 milhões de toneladas de milho. Para o DDGS o volume projetado é de 1,8 milhão de toneladas. Já a produção de óleo deve chegar a 180 mil toneladas. Todos esses produtos agregam valor à planta.

“Nós fizemos uma comparação com o milho processado no Brasil em 2022, e se ele fosse exportado pelo Porto de Santos, para saber qual seria a renda ou receita que geraria. A estimativa é que o processo via exportação geraria uma receita de R$ 5 bilhões. Já no processo de transformação e agregação de valor da Inpasa, o valor chegaria a R$ 8 bilhões”, conta o gerente de sustentabilidade da Inpasa.

Produção sustentável

Para cada litro de etanol produzido na indústria, são utilizados três litros de água. Sendo assim, antes de ir para as caldeiras, a água passa por um processo chamado de osmose reversa, que é a retirada de todos os sais, aumentando a eficiência e redução no consumo.

Segundo o gerente de produção da Inpasa, José Carlos Braga Segóbia, a importância em se ter um cuidado com esse recurso, se inicia desde a entrada no sistema de produção industrial.

“É uma das matérias primas das quais utilizamos, seja ela utilizada diretamente na homogeneização do produto, ou no sistema unitário para compor o sistema de produção. Principalmente na base da torre de resfriamento e na geração de energia térmica através da caldeira de combustão. Toda água que captamos, devolvemos ao meio ambiente, seja pela evaporação, ou fertirrigação”, destaca o gerente de produção.

Otimização visa reduzir pegada de carbono

A otimização dos processos é fundamental para reduzir a pegada de carbono. Nesse contexto, a empresa decidiu aumentar o volume de etanol transportado por ferrovia. Recentemente adquiriu duas locomotivas e 50 vagões para operar no trecho entre Rondonópolis, em Mato Grosso, até Paulínia, em São Paulo.

“Nós devemos transportar algo em torno de 1 bilhão de litros por ano. Essa ação de transporte ferroviário, que antes era realizada através de caminhões, vai trazer uma redução de 60% na pegada de carbono, neste trecho”, explica o gerente de sustentabilidade da Inpasa.