Em sua primeira estimativa para a safra 2023/24 no maior produtor e exportador mundial de soja, a StoneX projetou avanço de 2,1% na área plantada, para 45,1 milhões de hectares, o menor crescimento anual desde os 2,06% registrados em 2018/19.
Na temporada passada, a área plantada do Brasil avançou 6,45% ante o ciclo anterior.
A variação é “bem mais moderada que o histórico recente, uma vez que a queda de preços em 2023 apertou a margem do produtor”, disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX Ana Luiza Lodi.
A nova safra começa a ser plantada em meados de setembro, dependendo da chegada das primeiras chuvas.
Em relatório divulgado nesta terça-feira, a consultoria destacou que muitos fatores relacionados à produtividade podem mudar, mas considera uma recuperação na safra do Rio Grande do Sul, que foi afetado pela seca gerada pelo La Niña no ciclo passado.
Nesta temporada, a ocorrência do El Niño pode ser benéfica, com chuvas favoráveis no Sul, mas traz alguma preocupação para o Norte/Nordeste, disse a StoneX.
Uma produção recorde aumentaria a disponibilidade da oleaginosa, “com espaço para incremento da demanda”.
As exportações saltariam para 104 milhões de toneladas, versus 98 milhões previstos para 2022/23, enquanto o consumo interno 2023/24 subiria 2,5 milhões de toneladas para 57,5 milhões de toneladas.
MILHO
Embora a redução dos preços não estimule o plantio de milho em 2023/24, a StoneX estima um avanço marginal na primeira safra, de 0,1% no comparativo anual, para 28,63 milhões de toneladas, apesar de uma redução 1,8% na área plantada. Isso deverá ser possível com uma recuperação de produtividades no Sul.
“Na temporada 2022/23 as lavouras gaúchas foram intensamente afetadas pelo La Niña mas, na próxima safra, 2023/24, é esperado que a ocorrência do El Niño beneficie não só as lavouras do Estado, mas da Região Sul como um todo”, comentou o analista de inteligência de mercado do grupo João Pedro Lopes.
Para o balanço 2022/23, a StoneX elevou a previsão de exportação brasileira, em 1 milhão de toneladas, para 51 milhões de toneladas.
Na safra 2023/24, espera-se um aumento da demanda doméstica e das exportações, que atingiriam 84 milhões e 56 milhões de toneladas, respectivamente. O Brasil é atualmente o maior exportador global do cereal.
Considerando a primeira estimativa para a primeira safra 2023/24 e repetindo-se os números das segunda e terceira safras 2022/23, a produção brasileira na nova temporada ficaria em 139,3 milhões de toneladas, praticamente estável.
Na segunda safra 22/23, que está sendo colhida, a StoneX elevou a projeção para um recorde de 108,3 milhões de toneladas de milho, versus 105,2 milhões na estimativa do mês anterior.