“Plantio direto”, “sistema plantio direto”, “sistema de plantio direto”, “semeadura direta”, “sistema semeadura direta”, “sistema de semeadura direta”, “sistema de plantio direto na palha”, “plantio na palha”, “semeadura na palha”, “sistema plantio direto na palha” e “semeadura direta na palha” são algumas das denominações que pesquisadores do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e instituições parceiras encontraram em levantamento de artigos em periódicos científicos.
“Nessa profusão de denominações, o mesmo ‘nome’ é aplicado a diferentes práticas ou, ao contrário, termos diversos se referindo a um só procedimento técnico”, aponta o engenheiro-agrônomo Edivan José Possamai, do IDR-Paraná.
Essa questão conceitual gera dificuldades na compreensão dos impactos das tecnologias, seja no campo da pesquisa, ensino e extensão rural, seja na formulação de políticas públicas para o segmento. “É necessário fazer uma padronização”, ele defende em artigo recentemente publicado na Revista Brasileira de Ciência do Solo.
O estudo partiu de uma ampla revisão do uso dos conceitos “plantio direto” e “sistema plantio direto” na literatura brasileira, complementada com dois estudos de caso de situações no Paraná para demonstrar as implicações da miscelânea de conceitos.
De acordo com Possamai, os dois termos são recorrentes entre os profissionais da área, e muitas vezes utilizados de forma pouco precisa. “Por exemplo, ‘plantio direto’ é uma prática conservacionista, já ‘sistema plantio direto’ é um modelo de produção baseado na adoção de rotação de culturas conjugada com o revolvimento mínimo e a manutenção da cobertura permanente do solo”, ele explica.
Para ele, mesmo a definição de “rotação de culturas” exige maior precisão. “É preciso definir o número de espécies ao longo de uma escala de tempo para sua correta caracterização”, afirma Possamai.
Interessados no tema podem acessar gratuitamente o artigo Adoption of the no-tillage system in Paraná State: a (re)view.
O artigo conta ainda com a autoria de Paulo Cesar Conceição e Caroline Amadori, da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Marie Luise Carolina Bartz, da Universidade de Coimbra, Portugal; Ricardo Ralisch, da UEL (Universidade Estadual de Londrina); e, ainda, Marcelo Vicensi e Ericson Fagundes Marx, do IDR-Paraná.