No mês de setembro, no geral, o destaque fica por conta do esfriamento das exportações e da acomodação dos preços. O mercado buscou um ajuste avaliando a baixa liquidez e o clima adverso no Rio Grande do Sul. Oliveira observa que há dúvidas sobre até onde os preços podem chegar.
A valorização do dólar, ultrapassando o patamar de R$ 5,00 – um nível não visto desde o início do mês de junho deste ano – elevou a competitividade do arroz brasileiro no mercado internacional. “Esta apreciação cambial, em meio à reduzida atividade de contratos de exportação recentes, traz a expectativa de uma possível retomada das exportações nos próximos meses. Rumores indicam embarques destinados ao México e Cuba para outubro, mas frutos de acordos anteriores a julho”, disse.
No entanto, no cenário interno, desafios climáticos têm marcado a paisagem agrícola do Rio Grande do Sul. O analista lembra que o ciclone extratropical que atingiu a região e as adversidades associadas, como inundações, somam-se à previsão de uma frente fria e intensificação das chuvas, projetando atrasos no plantio da safra 2023/24. “Esta conjuntura climática prolongará a entressafra, estabilizando, assim, os preços ao produtor no curto prazo”, salientou.
Oliveira explicou que a liquidez do mercado tem sido impactada por estas adversidades, com restrições notáveis na retirada e no transporte do cereal. Além disso, a indústria demonstra uma postura mais contida, resultando em cotações mais acomodadas no panorama nacional.
“O setor orizícola, assim, está diante de um jogo de forças: por um lado, um dólar fortalecido pode impulsionar as exportações, mas, por outro, os desafios climáticos internos apontam para um mercado interno mais cauteloso e arrastado. A dinâmica nas próximas semanas será crucial para definir a direção do mercado”, pontuou.