StoneX: câmbio em 2024 tem equilíbrio de fatores altistas e baixistas, aumentando incertezas do cenário

StoneX: câmbio em 2024 tem equilíbrio de fatores altistas e baixistas, aumentando incertezas do cenário

Durante a abertura do evento, o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, comentou as perspectivas do cenário cambial para 2024, reforçando a volatilidade da variável, especialmente em prazos mais longos. “Temos que estar atentos ao fluxo de entradas e saídas de divisas, especialmente em prazos mais longos”, aponta o especialista.

Fatores altistas e baixistas – Segundo Mattos, entre os três principais fatores altistas do dólar no Brasil, estão os juros mais elevados dos bancos centrais pelo mundo, a aversão a riscos dos investidores internacionais, bem como a condução da política fiscal brasileira em 2024. “Os juros mais elevados dos bancos centrais acabam atraindo entrada de fluxo para as economias em questão, especialmente EUA. São investimentos que deixam de ser feitos em real e commodities, por exemplo, e promovem a saída de divisas em dólar do Brasil”, explica.

Já entre os fatores baixistas, os três principais são, segundo o executivo: a balança comercial brasileira, PIB acima do projetado e cortes mais lentos na taxa Selic, favorecendo o real. “A balança comercial brasileira apresentou saldo de US$ 71,3 bi de janeiro a setembro de 2023, com expectativas do mercado em fechar o ano próximo a US$ 100 bi. Recordes de produção da cana, milho e soja colaboraram para que nossas exportações se excedessem, aumentando a entrada de dólares no Brasil, influenciando diretamente no peso desse fator baixista”, explica Mattos. “Há expectativas dos agentes de mercado que o PIB brasileiro continue acima do projetado, o que deve aumentar o apetite por ativos brasileiros”, completa.

Moderação nos cortes dos juros brasileiros – apesar do otimismo entre os fatores baixistas, Mattos destaca que é importante haver comedimento na expectativa da queda da Selic, uma vez que há outras variáveis envolvidas para isso. “Tanto pela resiliência dos juros nos Estados Unidos quanto pelo desempenho do IPCA, que está com uma moderação lenta, acredito que o nosso Banco Central será mais lento nos cortes de juros”, finaliza.