Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA realiza um balanço das ações de enfrentamento às importações de leite

Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA realiza um balanço das ações de enfrentamento às importações de leite

A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão, Ronei Volpi, e pelo assessor técnico, Guilherme Dias, e contou com a presença de representantes da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), federações de agricultura e pecuária e entidades do setor.

Durante a reunião, o coordenador geral de Produção Animal da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Agricultura, Bruno Leite, explicou o decreto publicado pelo governo federal que altera o Programa Mais Leite Saudável.

A medida foi publicada ontem (18/10) em edição extra do Diário Oficial da União. Com o Decreto 11.732/2023, os laticínios participantes do Programa Mais Leite Saudável, do Ministério da Agricultura, que realizarem importações de leite passarão ao regime tributário regular, aproveitando apenas 20% dos créditos presumidos. Na regra anterior, o benefício era de 50%.

Leite explicou que o governo iniciou os trâmites logo após a reunião, realizada dia 20 de setembro, na qual CNA, OCB, Frente Parlamentar em Apoio aos Produtores de Leite (FPPL) e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), apresentaram a proposta ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, diante da entrada de volume excessivo do produto subsidiado vindo do Mercosul no Brasil.

Segundo Leite, o objetivo do governo com o decreto é auxiliar o produtor rural e equilibrar toda a cadeia produtiva. A iniciativa tem por objetivo garantir que os incentivos fiscais oriundos do regime tributário diferenciado, concedido aos laticínios habilitados no Programa Mais Leite Saudável, sejam concedidos apenas a empresas que fortalecem a produção interna, adquirindo o leite cru diretamente dos produtores.

Mesmo com a publicação do decreto, Volpi reforçou a necessidade de medidas de apoio financeiro aos produtores, afirmando que a CNA já solicitou formalmente ao governo que sejam considerados alguns pontos, como o aumento de prazos de custeio para retenção de matrizes, linhas emergenciais para capital de giro e renegociação de dívidas.

As alterações do Programa Mais Leite Saudável passam a valer apenas em 1º de fevereiro, respeitando-se a regra constitucional que impõe a observância desse prazo, não permitindo alterações tributárias imediatas.

A Comissão vem debatendo o tema junto ao Poder Executivo desde junho, e realizou um balanço de todas as ações conduzidas. “Temos buscado não somente medidas emergenciais, mas também discutindo eixos estruturantes, a serem propostos ao governo federal”, ponderou o presidente Ronei Volpi.