A delegada licenciada Adriana Belém foi exonerada do cargo que ocupava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial da cidade desta quarta-feira (11).
Ela foi presa no começo da tarde de terça (10) na casa onde vive, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Durante uma busca e apreensão da Operação Calígula, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), foram apreendidos quase R$ 2 milhões no local.
Adriana passou a noite na sede da Corregedoria da Polícia Civil , no Centro do Rio. Às 9h18 desta quarta (11), chegou ao presídio de Benfica, na Zona Norte. Sua audiência de custódia está prevista para o início da tarde.
Adriana foi nomeada mês passado para um cargo na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro. De acordo com o portal da transparência, o salário dela era de R$ 8.345,14.
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O advogado da delegada licenciada afirmou que não vê necessidade de prisão e que analisa entrar com um pedido de habeas corpus. A defesa da delegada disse, ainda, que o MPRJ pediu a prisão sem dar chance para ela explicar a origem do dinheiro.
Adriana é representada pela advogada Luciana Pires, que ganhou destaque em vários casos de repercussão, como a defesa do senador Flávio Bolsonaro no processo que apurava o caso das “rachadinhas” quando ele era deputado estadual.
Adriana Belém foi exonerada de cargo na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio — Foto: Reprodução/ Diário Oficial do Rio de Janeiro
A 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) expediu o mandado de prisão.
“O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”, diz a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere.
Segundo a Polícia Civil, Adriana estava em licença e não possui cargo na instituição atualmente. A corregedoria da instituição pedirá acesso às investigações para dar andamento ao processo administrativo contra ela.
Outro delegado foi preso na mesma operação. Marcos Cipriano é delegado há mais de 20 anos e já ocupou o comando de várias delegacias.
Segundo o MPRJ, Cipriano teria intermediado um encontro entre Ronnie Lessa e a também delegada Adriana Belém e o inspetor de polícia Jorge Luiz Camilo Alves, culminando em acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa, tendo o pagamento da propina sido providenciado pelo contraventor Rogério Andrade.