Mais forte, Trump retorna hoje à presidência dos EUA

Sob frio intenso, programação em Washington D.C. inclui cerimônia de juramento e três bailes

O 47º presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, toma posse nesta segunda–feira (20).

Hoje, Donald Trump se torna o homem mais velho a se tornar presidente dos EUA. Aos 78 anos e sete meses, tem mais idade do que Biden, que chegou ao poder aos 78 anos e dois meses, em janeiro de 2021.

Diferentemente de oito anos atrás, desta vez o presidente eleito domina a engrenagem do sistema político e, cercado de fiéis correligionários, aparentemente rebaixa as proteções do Executivo e do Congresso.

 Com a maioria conservadora de seis juízes, a Suprema Corte afrouxou as barreiras sobre o comportamento presidencial, ampliando a sua imunidade e tornando-o mais poderoso nesta volta ao comando dos EUA.

A agenda trumpista prevê ações radicais como deportação de imigrantes ilegais, cortes de impostos, desregulamentação e expurgo dos funcionários federais que não demonstraram lealdade a ele no primeiro mandato.

Para cumpri-la, Trump já fez saber, por meio da retórica impetuosa, que buscará a consolidação de poder nas forças policiais, militares e no Judiciário para perseguir adversários políticos, a quem se referiu como inimigos internos.

“Em 2025, Trump e seus aliados estão mais bem equipados para escapar da resistência. Ele prometeu expurgar dissidentes e cercar-se de legalistas que aprenderam a manipular as alavancas do poder”, ponderou o escritor e comentarista político Matt K. Lewis, em artigo no jornal “Los Angeles Times”, no qual revela, como conservador de centro-direita, a preocupação de que o presidente rompa as proteções que o restringiram no primeiro mandato.

Desta forma, a lealdade prevaleceu sobre a experiência e a competência na indicação de falcões extremistas para cargos importantes como o Departamento de Defesa e o Departamento de Justiça. Trump deixou claro que o serviço público apolítico, que denomina como estado profundo, não o interessa e será reestruturado com demissões e a reativação do Anexo F, que, entre outras atribuições, exclui as proteções aos funcionários.