Enquanto o governo federal estuda medidas para tentar atenuar a alta dos preços dos alimentos no País, três cidades pesquisadas pelo IBGE registraram aumento de dois dígitos da alimentação em domicílio em 2024: Campo Grande (MS), com 11,3%, Goiânia (GO), com 10,65%, e São Paulo (SP), que teve aumento de 10,07%, segundo microdados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda-feira, 27, a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 49% e superou a aprovação pela primeira vez desde o início do governo. A inflação de alimentos explica parte dessa piora nos números.
Na última quarta-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a falar em um “conjunto de intervenções” para baratear os alimentos, mas foi obrigado a se corrigir, por meio da própria assessoria, em função de temores de que o governo pudesse adotar medidas artificiais e com impacto fiscal para atenuar o problema.
Para o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, as cidades do País que têm maior hábito de consumo de carnes bovinas acabaram sentindo um efeito maior da inflação. Isso foi visto em Campo Grande, que teve alta de 31,32% nesses produtos, em Goiânia, que teve alta de 24,21%, e São Paulo, que registrou aumento de 26,54%.
“Cidades com um peso maior da carne bovina acabaram tendo uma inflação de alimentos mais elevada, em função da forte alta desses produtos em 2024. A carne bovina foi um grande vilão dos preços″, explicou Braz.
