A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga a morte de uma bebê de 10 meses que deu entrada já sem vida na UPA Universitário, em Campo Grande, na madrugada desta segunda-feira (14). A menina foi levada até o local por uma equipe do Corpo de Bombeiros, após um pedido desesperado de ajuda feito pela mãe. Nenhum familiar acompanhou a criança até a unidade de saúde. O caso é tratado como possível omissão ou negligência.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a mãe saiu de casa com a filha desacordada nos braços e pediu ajuda a um motociclista de aplicativo, que a levou até o quartel do Corpo de Bombeiros mais próximo. A equipe foi rapidamente acionada, mas, ao chegar à UPA, a criança já não apresentava sinais vitais.
Peritos e policiais da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) estiveram na residência da família, localizada no bairro Jardim Tijuca. Conforme os relatos iniciais, a mulher vivia no local com o companheiro e outros dois filhos, de 3 e 7 anos.
Vizinhos contaram que a família morava no imóvel há cerca de três meses e enfrentava sérias dificuldades. Há denúncias de abandono, falta de alimentos e condições precárias de higiene. Segundo uma das moradoras da região, as crianças eram vistas com frequência sozinhas pelas ruas do bairro. Ela também relatou que, na madrugada da tragédia, a mãe pediu que cuidasse dos dois filhos mais velhos enquanto buscava socorro para a bebê, que teria sido levada usando apenas uma calcinha.
Ainda de acordo com os vizinhos, na sexta-feira anterior (11), a mãe tentou atendimento médico para a criança, que apresentava sintomas respiratórios, mas não conseguiu vaga na unidade de saúde.
Pessoas próximas à família foram levadas à delegacia para prestar depoimento. O corpo da bebê foi recolhido por uma funerária e encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML), onde será submetido a exame necroscópico para esclarecer a causa da morte.
A Polícia Civil aguarda os laudos periciais para dar sequência às investigações e verificar se houve, de fato, negligência ou omissão por parte dos responsáveis.