A semana passada foi marcada pela atualização dos números de oferta e demanda mundial pelo USDA.
E pelas reduções de expectativas de produção na Argentina e exportações americanas.
Diante disso, o contrato com vencimento em março/23 encerrou a semana cotado a US$ 15,43/bushel (+0,72%).
E o com vencimento em maio/23 a US$ 15,33 (+0,46%).
O relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE), divulgado no dia 8, apresentou atualizações em alguns números.
Por conta da baixa demanda de exportações norte-americanas, houve aumento de 6,5% nos estoques finais dos EUA.
Argentina ainda menos
Na Argentina, mais um decréscimo da expectativa de produção.
Foi de 4,5 milhões de toneladas, e refletiu a adversidade climática que o país vem sofrendo.
Essa diminuição também impactou no volume de exportações, de 1,5 milhão de toneladas.
Brasil, mais embarques
Assim, consequentemente, passou a demanda para o Brasil, que teve um aumento de 1 milhão de toneladas nas estimativas de exportações.
E de acordo com a Bolsa de Rosário, em seu último relatório de estimativas de produção, houve mais uma redução da produção, de 7%, em relação a fevereiro.
Poderá ser a menor safra desde 2009.
Os dados mostram que houve poucas alterações climáticas no país, contribuindo para uma possível confirmação do relatório dos Estados Unidos, que apresentou pessimismo em relação à Argentina.
Em relação às exportações norte-americanas, a China mostrou-se bastante presente nas compras.
Os chineses foram responsáveis por cerca de 65% do total de 1,8 milhão de toneladas.
Esse número representa uma queda de 7% em relação à semana anterior.
Soja brasileira atrativa
A soja brasileira, nesse momento, está mais atrativa do que a soja norte-americana.
O dólar teve uma semana de muita oscilação.
Teve uma valorização de +1,36%, e finalizou a sexta-feira sendo cotado a R$ 5,22.
O cenário brasileiro foi o principal impulsionador da alta, diante de conflitos políticos com o Banco Central a respeito das políticas monetárias vigentes, reforçando os riscos fiscais do país.
Além disso, no cenário externo, após a divulgação dos dados de emprego aquecidos, o representante do Banco Central dos EUA informou que poderá retomar um ritmo acelerado dos aumentos das taxas de juros dos Estados Unidos nas próximas reuniões.
Com a alta do dólar e Chicago, as cotações brasileiras tiveram uma valorização, em relação à semana anterior.
Chuvas nas lavouras brasileiras
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) continua indicando muita chuva para boa parte do país nesta semana.
Inclusive no RS, que vem sofrendo com a seca.
Na região Central do Brasil, a continuidade das precipitações poderá provocar mais atrasos na colheita de soja.
A colheita se intensificará em todo o país a partir da primeira quinzena de fevereiro.
Já na Argentina, o clima irá continuar seco e quente, agravando ainda mais a situação das lavouras.
Com a evolução da colheita no Brasil, os números de exportações devem continuar crescendo durante fevereiro.
E pode marcar o início de uma demanda maior da soja brasileira.
A China deverá ser o principal destino da oleaginosa.
O dólar, apesar da alta na semana anterior, poderá continuar com sua tendência principal de queda.
A manutenção da taxa de juros no Brasil em níveis elevados, somado ao arrefecimento do aperto monetário do Banco Central dos EUA, mantém o Brasil bastante atrativo.
Diante desse cenário, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de queda.
E prevalecerá a desvalorização do dólar e a evolução da colheita, enquanto as previsões climáticas vão se confirmando.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br