Com a previsão de aumento da produção nacional e das exportações do setor agropecuário, será necessário um aporte de R$ 34 bilhões para o financiamento de máquinas agrícolas. Ao menos é esse o entendimento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Representantes da entidade estiveram na quarta-feira (8) no Ministério da Agricultura e da Pecuária (Mapa) para apresentar propostas para o Plano Safra 2023-24. A reunião ocorreu a convite da Secretaria Nacional de Política Agrícola.
O setor de máquinas e implementos, nos últimos três anos, vem batendo recorde de vendas graças ao aumento das importações do setor agropecuário. No ano passado, o setor teve um faturamento de R$ 90 bilhões. De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, para a construção de um Plano Safra robusto, são necessários R$ 34 bilhões para o Moderfrota e outros R$ 11 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Nesse sentido, a entidade reforça a necessidade de se facilitar o acesso ao crédito do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras — conhecido popularmente pela nomenclatura Moderfrota. A linha tem por intuito fornecer melhores condições de compra de equipamentos por produtores rurais de todo o país.
Mais máquinas para fomentar a produção de alimentos
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o Brasil contribuirá com 40% da demanda adicional futura de alimentos do planeta. “Para isso, precisamos de aumento de área, o que demanda novos investimentos, entre eles, máquinas agrícolas. Não dá para fazer agricultura sem máquinas”, enfatiza Bastos.
“A gente precisa de um volume razoável, que dure todo o Plano Safra, e juros fixos”. — Pedro Estevão Bastos
Segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos Agrícolas da Abimaq, a comunicação com o governo federal tem sido bastante fluida. “Eu diria até que o governo quer fazer esse novo Plano Safra robusto. Só que tem um pequeno detalhe que é o orçamento, não há recursos para tudo”, diz Bastos. “Eles entenderam que é preciso ter recurso suficiente com juros que sejam compatíveis com a atividade econômica”, complementa o dirigente da Abimaq.