BR-277: problemas podem gerar prejuízo de R$ 600 milhões ao agro do Paraná
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A alternativa é desviar a rota para os portos de São Francisco, em Santa Catarina, ou Santos, em São Paulo, o que já está gerando mais desembolsos com frete. Se o escoamento todo for direcionado ao porto paulista, o prejuízo pode chegar a R$ 600 milhões, de acordo com projeção da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

Segundo cálculo da entidade, no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros, o frete custa R$ 4,86 por saca de soja.

Já entre Cascavel e Santos, uma distância de mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, quase 60% mais caro.

´Problema na BR-277 é anterior ao caos´

A Faep entende que o problema na BR-277 é anterior ao caos que está instalado no trecho afetado pelos deslizamentos e que a suspensão da concessão de rodovias em novembro de 2021 comprometeu a manutenção da BR-277.

De acordo com o presidente da Faep, Ágide Meneguette, as manutenções na rodovia não têm sido feitas e os problemas se agravam dia a dia, trazendo prejuízo aos produtores e à sociedade.

“Nós estamos vendo parte da nossa produção sendo destinada a São Francisco, parte sendo destinado a Santos. Como não tem rodovia, é agregado um reajuste de 15% a 20% porque os caminhões têm que ficar às vezes parado num posto de gasolina esperando abrir”, diz o dirigente.

O setor alega ainda que mesmo as cargas que chegam em Paranaguá estão sofrendo prejuízos. Isso ocorreria porque os portos trabalham com pagamento com uma taxa de incentivo chamada ágio, ou com taxa de desincentivo, a de deságio.

Neste momento, para exportar a soja pelo porto paranaense, é o deságio que está sendo praticado, no valor de R$ 1,15 por saca. Ou seja, um prejuízo de R$ 241 milhões caso sejam embarcadas as 15 milhões de toneladas previstas para exportação pelo terminal

O cálculo para chegar ao ágio ou deságio é baseado nas condições climáticas, estado dos equipamentos usados e também em eventuais dificuldades para chegar ao porto.