Oferta aumenta, mas demanda doméstica e de exportação de algodão seguem reduzidas
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 A oferta aumentou, mas a demanda doméstica e de exportação continuam reduzidas. Isto limitou as negociações e o pressionou os preços da pluma, que despencaram 9,52% em 30 dias, informou a SAFRAS Consultoria.

Para o algodão colocado na indústria de São Paulo sem ICMS, a ideia girou em torno de R$ 4,75 por libra-peso no dia 23 de março, ante R$ 5,25 por libra-peso na mesma data do mês de fevereiro.

Nesta quinta-feira (23), o preço da pluma em Rondonópolis, no Mato Grosso ficou cotado a R$ 4,63 por libra-peso, correspondendo a uma perda de 2,61% em relação quinta-feira passada (16), quando era cotada a R$ 4,76 por libra-peso. O valor também caiu na comparação ao mesmo momento de um mês atrás, quando estava R$ 5,12 por libra-peso (-9,48%).

A fibra colocada no FOB exportação Porto de Santos/SP, o valor chegou a 89,38 centavos por libra-peso no dia 23, enquanto há uma semana estava indicada a 92,61 centavos por libra-peso. Estas perdas consecutivas deixam o prêmio pago pelo algodão brasileiro em Nova York mais fraco. A indicação ficou em +11,80 centavos por libra-peso contra ICE US. Na semana passada e no mesmo momento do mês anterior era indicado a +13,45 centavos e +14,90 centavos por libra-peso, respectivamente.

SAFRAS Agri Week

Nesta quinta-feira, durante o 5o SAFRAS Agri Week, evento online de SAFRAS & Mercado, o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, destacou que entre todas as commodities, o algodão foi o que performou pior nos últimos 12 meses em relação a preços, por ser mais sensível aos impactos econômicos. Com o dólar mais volátil, aumenta a aversão ao risco. “O mercado está muito cauteloso por causa do ruído que corre e se perguntando se é apenas essa crise ou se terá algo mais pela frente”, disse Barabach.

Em relação ao mercado de algodão, a produção tem uma quebra de 0,7% ante o ano passado. O consumo vem caindo 5,3% e as exportações, 7,6%. Contudo, o analista de SAFRAS diz que os estoques estão crescendo (+5,8%). Com os estoques subindo e as exportações caindo, há um superávit (folga na oferta) e isso acaba batendo negativamente nos preços, ou seja, sobra mais algodão.

Para o cenário de 2023, os estoques voltaram a crescer, porém, os pedidos dos varejistas têm recuado, gerando impacto negativo para a cadeia têxtil. O cenário é de cautela, de queda na renda e de consumo travado.