Lã gaúcha certificada é aprovada por compradores uruguaios
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A última semana de março foi marcada por boas novas para os produtores de lã que estão inseridos no programa de certificação da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco). É que o produto gaúcho teve sua qualidade aprovada pelos principais compradores, os uruguaios. Duas empresas que fazem a intermediação entre o produtor e a indústria, estiveram reunidas com a Arco para ajustar detalhes sobre as transações entre Brasil e Uruguai. 

Conforme Sérgio Muñoz, técnico responsável pelo programa de certificação da Arco, a expectativa era muito grande para o encontro. “Quando nós armamos toda essa cadeia comercial nós dissemos que eles seriam os auditores do nosso trabalho”, explicou. Alguns detalhes foram solicitados pelos compradores, como um desborde a mais no velo. Muñoz ressaltou, contudo, que foram apontados apenas alguns lotes e a maioria deles “chegaram bem dentro do nível que eles trabalham no Uruguai”.

Apesar da validação das empresas, ainda há o que melhorar na relação entre uruguaios e os produtores de lã certificada gaúchos. Alguns problemas burocráticos foram acertados. “Por exemplo, os romaneios que saem das propriedades não chegaram até a barraca, o que fez com que eles tivessem um pouco de trabalho para separar as lãs que chegavam nos caminhões que continham o produto de cinco ou seis proprietários”, detalhou o técnico da Arco. Romaneios são guias que detalham o que contém os lotes, como a quantidade de fardos, quilos, percentual de lã velo ou não velo e o total de ovinos esquilados. Além destes ajustes solicitados pelos uruguaios, os brasileiros informaram que todo o trâmite comercial demorou. “Alguns produtores se queixaram da demora e, em alguns casos, levaram em torno de 90 para receber”, disse Sérgio Muñoz. 

Já quanto à rentabilidade, os produtores gaúchos celebraram os valores pagos pelos uruguaios. Algumas lãs alcançaram 90% a mais no valor pago no Brasil. “Quanto mais finas, mais se notava a diferença de preço. As Ideal, que valem de R$ 7 a R$ 10 no Brasil, foram vendidas entre R$ 16 e R$ 19,90 para o Uruguai”, celebrou Sérgio Muñoz. 

E quanto à troca de conhecimento, ela prosseguirá, destaca o técnico da Arco. “Já os convidamos para participarem, em agosto, do 2º Dia da Lã”, anunciou Muñoz. O evento, que se realizará dois anos após a primeira edição que marcou o início do processo de criação da cadeia comercial da lã, terá, no turno da manhã, a realização de palestras e, no turno da tarde, reuniões onde gargalos serão resolvidos. Sérgio Muñoz diz que o objetivo é também estimular compradores nacionais a se integrarem. “Nós estamos mandando lã para o Uruguai porque hoje é a alternativa, mas estamos conversando com a indústria brasileira porque queremos que ela também entre no programa”, destacou o responsável pela certificação. A data e a programação do 2º Dia da Lã ainda serão confirmadas pela Arco.