A produção global de café no ano-safra 2022/23 (outubro-setembro) deve totalizar 171,268 milhões de sacas de 60 quilos, ganho de 1,7% na comparação com 2021/22 (168,485 milhões de sacas), disse a Organização Internacional do Café (OIC) nesta semana em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado.
Já o consumo global de café em 2022/23, segundo OIC, atingirá 178,534 milhões de sacas, com alta anual de 1,7% (175,605 milhões de sacas em 2021/22).
Com isso, o mercado global de café deve ter déficit entre a oferta e a demanda na ordem de 7,266 milhões de sacas em 2022/23, após um déficit de 7,120 milhões de sacas observado em 2021/22.
A produção mundial de café arábica deve atingir 98,559 milhões de sacas em 2022/23 (+4,6%). Por outro lado, a safra de robusta deve diminuiu 2,1%, totalizando 72,709 milhões de sacas.
Espera-se que o aumento dos custos globais de fertilizantes e as condições climáticas adversas compensem parcialmente o impacto positivo da produção bienal do Brasil, explicando a taxa de crescimento relativamente baixa no ano cafeeiro de 2022/23. Prevê-se que o impacto da produção bienal impulsione as perspectivas para o Arábica, que deverá aumentar após uma queda de 7,2% no ano cafeeiro anterior.
Refletindo sua produção cíclica, a participação do Arábica na produção total de café deverá aumentar para 57,5%, de 55,9% no ano cafeeiro de 2021/22. A América do Sul é e continuará sendo o maior produtor de café do mundo, apesar de sofrer a maior queda na produção em quase 20 anos, que caiu 7,6% no ano cafeeiro 2021/22. A recuperação no ano cafeeiro de 2022/23, em parte impulsionada pela produção bienal, deverá aumentar a produção da região para 82,4 milhões de sacas, um aumento de 6,2%.
O consumo mundial de café aumentou 4,2%, para 175,6 milhões de sacas no ano cafeeiro de 2021/22, após um aumento de 0,6% no ano anterior. Segundo a OIC, a liberação da demanda reprimida acumulada durante os anos da COVID-19 e o forte crescimento econômico global de 6,0% em 2021 explicam a recuperação do consumo de café no ano cafeeiro de 2021/22. A desaceleração das taxas de crescimento econômico mundial em 2022 e 2023, juntamente com o dramático aumento do custo de vida, terá um impacto sobre o consumo de café no ano cafeeiro de 2022/23. A expectativa é de crescimento, mas em desaceleração de 1,7%.
Espera-se que a desaceleração global venha de países não produtores, com a previsão de que o consumo de café na Europa sofrerá a maior queda entre todas as regiões, com taxas de crescimento caindo para 0,1% no ano cafeeiro de 2022/23, de uma expansão de 6,0% no ano cafeeiro de 2021/22.
Com isso, espera-se que o mercado mundial de café sofra mais um ano de déficit, com uma quebra de 7,3 milhões de sacas.
Exportações
As exportações de café em grão (verde) dos países membros e não-membros da Organização Internacional do Café (OIC) totalizaram 7,94 milhões de sacas de 60 quilos em fevereiro, quinto mês da safra mundial 2022/23, contra 9,95 milhões de sacas registradas no mesmo mês de 2022, queda de 20,23%.
Já as exportações acumuladas da safra 2022/23, entre outubro e fevereiro, somam 43,77 milhões de sacas, queda de 8,5% em relação aos cinco primeiros meses da temporada 2021/22, quando foram embarcadas 47,85 milhões de sacas.
Os embarques de café arábica totalizaram 5,610 milhões de sacas em fevereiro, com queda de 20,6% no comparativo anual, e caíram 11% entre outubro e fevereiro, somando 29,498 milhões de sacas.
As exportações de café robusta atingiram 3,294 milhões de sacas em fevereiro, contra 3,802 milhões no mesmo mês do ano passado, queda de 13,4%. Nos primeiros cinco meses da temporada 2022/23, as exportações globais de café robusta diminuíram 14,1%, passando de 20,149 milhões de sacas para 19,158 milhões.