O fechamento da safra de laranja 2022/23 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, divulgado pelo Fundecitrus nesta segunda-feira (10), encerrou em 314,21 milhões de caixas de 40,8 kg.
O resultado final foi 0,86% menor do que a projeção inicial, de 316,95 milhões de caixas, publicada em maio de 2022, devido ao desequilíbrio no regime de chuvas nesse período. No início da safra, a escassez de chuvas prejudicou o crescimento dos frutos das variedades precoces e, depois, as frequentes e fortes precipitações contribuíram para a queda prematura de frutos.
De acordo com o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin, apesar do desequilíbrio na distribuição das chuvas entre o início e o final da temporada, o total acumulado ficou próximo da média histórica e a produção total não se distanciou muito do esperado. “Não houve uma alteração muito significativa no volume da safra, perdemos frutos, mas tivemos uma compensação daqueles que cresceram um pouco mais do que o esperado”, afirma Trombin.
Em um contexto macro, do volume médio produzido nas dez últimas safras, a produção atual se equipara à média histórica, com uma diferença insignificante de 0,24%.
Peso dos frutos e taxa de queda
O peso médio dos frutos aumentou um grama em relação ao projetado em maio, passando para 159 gramas por fruto – valor ligeiramente acima da média histórica das últimas cinco safras, que é de 156 gramas.
Além de aumentar o peso das laranjas, as chuvas também contribuíram para o aumento significativo da queda prematura de frutos. No geral, a taxa média de queda no cinturão citrícola aumentou para 21,30%, acumulada desde o início da safra, o que representa um incremento de 1,3 ponto percentual em relação à projeção feita em maio de 2022.
Nos últimos três anos, a taxa de queda do cinturão citrícola tem se mantido acima de 21%, o que representa um aumento em relação aos anos anteriores, quando essa taxa girava em torno de 17%.
As perdas estimadas com queda foram de 85 milhões de caixas ao longo da safra. Pragas e doenças foram responsáveis por quase 65 milhões de caixas e, somente o greening, derrubou quase 22 milhões de caixas.
As principais causas foram as condições climáticas adversas ocorridas durante as três últimas safras e, também, as pragas e doenças, como bicho-furão em conjunto com mosca-das-frutas (6,27%) e greening (5,48%), que foram os principais responsáveis pela queda nesta safra.