Defensivos para amendoim movimentam USD 98 milhões
W3.CSS

Os pesticidas para o cultivo de amendoim movimentaram USD 98 milhões no ciclo 2022-23, alta de 28% ante o período 2021-22 (USD 77 milhões). Foi o que revelou a pesquisa FarmTrak Amendoim da Kynetec, que aponta adoção de produtos atingindo 100% nos principais segmentos. 

“O número de aplicações subiu 12% e a área tratada total (PAT) chegou a 7,9 milhões de hectares”, afirma a analista de mercado da Kynetec Raquel Ribeiro. Nos cultivos no maior estado produto, São Paulo, o grau tecnológico de lavouras se manteve robusto e impulsionou a produtividade para 3.975 quilos por hectare (+6,5%).

Segundo o FarmTrak, os fungicidas permanecem na posição de agroquímicos mais relevantes à proteção do amendoim: representaram 42% do total, ou USD 41 milhões. Frente à safra anterior, diz Raquel Ribeiro, houve elevação da ordem de 21% no resultado financeiro da categoria. 

“Este segmento foi impulsionado pelo controle da pinta-preta (Pseudocercospora personata)”, diz  Raquel Ribeiro. Na segunda posição, com 38% do total ou USD 37 milhões, os inseticidas avançaram 29%, “tracionados pelo controle do tripes (Enneothrips flavens) e da lagarta-do-pescoço-vermelho (Stegasta bosquella)”, resume Raquel.

Os herbicidas corresponderam a 11% do mercado de agroquímicos para amendoim ou a US$ 11 milhões, com acréscimo de 50% comparativamente à safra anterior. Já os produtos para tratamento de sementes cresceram 34%, para US$ 6 milhões, e equivaleram a 6% do total movimentado na cultura em 22-23.

Raquel Ribeiro ressalta ainda que a cultura do amendoim é uma excelente opção para rotação de culturas. “Por ser uma leguminosa, o amendoim age como fixador de nitrogênio, melhora a fertilidade do solo. Seu uso na rotação transfere mais rendimento à colheita das culturas subsequentes”, finaliza.

AMENDOIM EM NÚMEROS

Segundo o FarmTrak Amendoim da Kynetec, o plantio de amendoim saltou de 200 mil hectares para 215 mil hectares (+7,4%) no território nacional. Em torno de 90% das áreas de cultivo, afirma a empresa, ficam no estado brasileiro de São Paulo.

De acordo com Raquel Ribeiro, a exemplo de safras anteriores, o bom desempenho financeiro dos defensivos agrícolas na cultura se explica, sobretudo, pelo fato de o produtor ter buscado mais produtividade através de aprimoramento tecnológico. 

“O agricultor também tem feito investimentos importantes no uso de sementes eficientes, além de equipamentos e implementos agrícolas em geral”, diz ela.

Conforme Raquel Ribeiro, os desembolsos do produtor na safra vieram atrelados, ainda, à atratividade do mercado externo. O Brasil é o 13º maior produtor e 7º país no ranking de exportadores de amendoim.

Em 2022, ela salienta, foram exportadas cerca de 285 mil toneladas de amendoim, ou 38% do total da produção brasileira em 2021-22 (747 mil toneladas), volume 44% acima do medido no ciclo 2019-20 (198 mil toneladas).