Profissionais ligados ao agronegócio criaram a Associação De Olho No Material Escolar e lançarão no próximo mês, a Agroteca, uma biblioteca virtual, que reunirá materiais científicos, que podem balizar informações equivocadas que circulam nos livros didáticos. As informações sobre o lançamento foram anunciadas durante o Confinar, que acontece em Campo Grande (MS).
Segundo Rodrigo Paniago, diretor técnico da Associação, o lançamento acontecerá em Piracicaba, no dia 22 de maio. “A biblioteca digital vai reunir todo material que o Banco Nacional Comum Curricular (BNCC), exige das escolas, com dados científicos, além de outras pesquisas que desmistificam informações equivocadas que circulam nos livros. Será uma biblioteca pública e contará também com videogames, vídeos, exercícios, reportagens, livros, tudo com curadoria da EsalQ/USP”, explica Paniago.
Segundo a Associação, uma equipe científica, externa ao meio rural, avaliou os livros adquiridos pelo Governo Federal que retratavam, de alguma forma, o agronegócio. No diagnóstico da equipe, junto da Associação, havia 60% a mais informações negativas ligadas ao agronegócio, em relação ao que retratava o setor como algo positivo. “Pior que isso é que, 97% das informações negativas, não tinham qualquer embasamento científico ou dado estatístico oficial. Era tudo opinativo ou especulação do autor”, explica Paniago, durante palestra no Confinar 2023.
Finalizando a palestra no Confinar, Paniago esclareceu o processo em que percorre as ‘denúncias’ de conteúdo duvidoso. “Diariamente recebemos demandas. Coletamos esse material e avaliamos se realmente não tem embasamento científico. Caso não tenha, ele entra para um dossiê, onde a gente coloca todo esse material. E ao mesmo tempo, entramos em contato com a editora responsável, em busca da correção ou argumentação […]. Eles percebem que estavam desatualizados. Já estamos com equipe de especialistas, nas editoras, revisando materiais sobre o agro”.
Atualmente a Associação leva educadores e representantes de diversas editoras até o campo, para conhecer ‘in loco’, o desenvolvimento da agropecuária. Fazendas, exposições e agroindústrias estão entre os lugares visitados pelos profissionais da educação, a convite da Associação de Olho no Material Escolar.
