A colheita de soja da safra 2022/23 do Paraná atingiu até a última segunda-feira 77% das áreas do Estado, alta de 17 pontos percentuais na comparação com o índice da semana passada, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), publicados nesta terça-feira.
Apesar do avanço, a colheita no segundo produtor brasileiro de soja segue atrasada na comparação com safras passadas, por fatores climáticos.
Para o especialista do Deral Edmar Gervásio, o avanço dos trabalhos na última semana ajudou a reduzir o atraso.
“Hoje podemos dizer que está muito próximo à normalidade. Como ainda estamos com janela de colheita (clima favorável), possivelmente semana que vem caminha-se para o final a colheita da soja”, disse Gervásio.
Já o plantio de milho segunda safra, semeado após a colheita da soja, avançou para 93% da área projetada, alta semanal de 16 pontos percentuais.
Da mesma forma que na colheita de soja, o plantio de milho também está atrasado no Estado. Em safras passadas, a semeadura estava praticamente finalizada nesta época.
O atraso pode elevar riscos climáticos, se as chuvas ficarem mais escassas durante o outubro, prejudicando o desenvolvimento das lavouras.
Por isso, parte das áreas ainda não semeadas deverá receber o trigo na segunda safra, reduzindo a área de 2,637 milhões de hectares inicialmente projetada para a cultura do milho.
“Deve ocorrer a migração para o trigo da maioria da área não plantada com milho… comparado à estimativa inicial, os relatos de campo indicam uma redução razoável (no milho)”, disse Gervásio.
Considerando o percentual de plantio, o Estado já semeou mais de 2,4 milhões de hectares de milho. No ano passado, a área com a segunda safra do cereal ficou em 2,72 milhões de hectares.
A avaliação confirma expectativa do Deral do início de março, de que o trigo poderia ganhar algum espaço do milho em 2022/23.