Com receita de R$ 281,2 milhões, Kepler Weber tem o segundo melhor desempenho da história em segundos trimestres
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A Kepler Weber (KEPL3) encerrou o segundo trimestre com receita líquida de R$ 281,2 milhões. Considerando apenas os meses de abril, maio e junho, este foi o segundo melhor período da história da companhia, perdendo apenas para o segundo trimestre de 2022, ano considerado excepcional para a empresa.   

Em mensagem ao Mercado, a companhia cita “resiliência frente ao momento desafiador, especialmente para os agricultores que compõem o segmento de Fazendas”.   

O lucro líquido da empresa no trimestre foi de R$ 33,4 milhões, 34,7% menor que os R$ 51,2 milhões do trimestre anterior. A margem no período foi de 11,9% ante os 15,9% do primeiro tri.

O EBTIDA, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ficou em R$ 53,8 milhões. No trimestre anterior, o EBTIDA havia somado R$ 77,4 milhões.  

Na mensagem da administração, a Kepler Weber destaca alguns diferenciais competitivos, como “proximidade com clientes, recorrência e diversificação de receitas, otimização de custos e gestão de preços e margens”.  

Já o ROIC de 65,7% foi “exemplar”, segundo a Kepler Weber, “mantendo um patamar de consistência neste importante indicador. De igual modo, o Caixa da companhia segue em um patamar sólido de R$ 266,5 milhões, depois do pagamento de dividendos de R$ 77,7 milhões e da aquisição de 50% da Procer (R$ 50,8 milhões)”.  

 Áreas de negócios  

Durante o segundo trimestre, Fazendas atingiu R$ 82,7 milhões em receita, 22,9% menor que o registrado no trimestre anterior, quando registrou R$ 107,4 milhões. No comparativo com igual período do ano passado, o segmento caiu 37,3%.  

“É importante ressaltar que a companhia se manteve resiliente e entregou obras importantes para produtores nos Estados de Mato Grosso (principalmente ampliação de unidades) e novas unidades em Goiás, Pará e na Bahia, apesar do cenário de redução de receita no 2T23”, diz trecho do relatório ao mercado, que também cita a elevada taxa de juros e redução da remuneração do produtor, em função da queda nas commodities, como causas do menor receita nesta área de negócio.  

Fazendas representa um terço do faturamento da companhia e já apresenta sinais de melhora, segundo o balanço. Ao longo do último período, a empresa destaca ter efetivado vendas para o Mato Grosso, Goiás e Piauí que somam R$ 59,9 milhões.  

“Importante destacar que o primeiro semestre foi caracterizado por uma grande procura por novos projetos”, destaca a mensagem da administração. “O volume de negócios criados foi significativamente maior do que o primeiro semestre de 2022, movimento que já demonstrava melhora da expectativa dos clientes quanto ao novo plano safra e premente necessidade de armazenagem por parte dos produtores rurais”, completa o relatório.  

Agroindústrias finalizou o segundo trimestre com receita de R$ 85,2 milhões, ante os R$ 110,1 milhões do trimestre anterior (-22,6%). “Além da alta taxa de juros, a redução da Receita Líquida desse segmento foi ocasionada pela postergação de investimentos de grandes clientes para o segundo semestre de 2023”, diz o balanço, que aponta expectativa de fechamento de negócios a partir deste trimestre, com faturamento para a partir do quarto período.  

A Kepler Weber informa vendas de Agroindústrias no segundo trimestre que superam R$ 100 milhões. São projetos para o Paraná, Mato Grosso e Bahia.  

Negócios Internacionais fechou o trimestre com crescimento de 9,6% na receita líquida quando comparado com o trimestre anterior, passando de R$ 22,8 milhões para R$ 25 milhões. Ao longo dos meses de abril, maio e junho, a empresa realizou a venda de dois projetos para o Paraguai e Uruguai, totalizando R$ 12,3 milhões, que devem influenciar os resultados a partir deste trimestre.  

Já Portos e Terminais encerrou o trimestre com receita de R$ 28 milhões, cinco vezes maior que o mesmo período do ano passado, quando havia registrado receita de R$ 5,9 milhões. No comparativo com o trimestre anterior, quando reportou R$ 31,8 milhões, houve queda de 11,9%.  

“Esse aumento é resultado de uma boa performance de vendas e a possibilidade de entregas sequenciais. Estratégias como estruturação do segmento e a dedicação de equipe especializada, contribuíram para aumentar volumes”, diz o balanço.  

A empresa informa a venda de um projeto de R$ 26,9 milhões para duplicar um terminal portuário do Arco Norte do Brasil. “Esse terminal passará de uma capacidade de movimentação projetada de 4 milhões para 8 milhões de toneladas de soja por ano e possui transportadores de correias robustos com grandes comprimentos, destaque para um deles que possui mais de 700m e capacidade de 1.500 toneladas por hora”.  

A receita líquida de Reposição e Serviços saltou 18,4% no segundo trimestre em comparação com o tri anterior. Passou de R$ 51 milhões para R$ 60,4 milhões.  

“Importante destacar que nesse segmento foi consolidado, de março a junho de 2023, a receita da Procer. Portanto, a Receita Líquida ajustada pelos efeitos da consolidação da aquisição (sem considerar a Procer) mostraria um aumento de 11,4% e 10,2% sobre o 2T22 e 1º semestre de 2022, respectivamente”, aponta o balanço.  

A Kepler Weber afirma também um aumento de 15%, em relação ao primeiro semestre do ano passado, na quantidade de clientes alcançados. “Todas as regiões apresentaram crescimento, principalmente as fronteiras agrícolas do norte e nordeste, onde foram abertos dois novos Centros de Distribuição ainda em 2022”, diz a empresa.  

Mercado de Capitais  

As ações da Kepler Weber (KEPL3) registraram aumento da liquidez 29,5% na média diária em junho, “passando de R$14,0 milhões em dezembro de 2022 para R$ 18,0 milhões de volume financeiro em junho de 2023”. Já os papéis da companhia, segundo o comunicado ao Mercado, reduziram -6% em relação a dezembro de 2022.