As exportações totais de carne bovina (produtos in natura + processados) apresentaram queda de 37% na receita e de 20% no volume em março, em consequência principalmente da suspensão das vendas à China ocorrida até o dia 23 daquele mês, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou as informações da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em março de 2022, a receita obtida foi de US$ 1,123 bilhão e em março de 2023 caiu para US$ 709,4 milhões (-37%); a movimentação no mesmo mês do ano passado foi de 203.222 toneladas e neste ano foi de 162.814 toneladas (-20%). Além da suspensão das vendas à China, ocorrida no período de 22 de fevereiro a 23 de março, a queda nos preços médios de exportações também contribuiu para o resultado do mês de março. Em março de 2023, o preço médio das exportações totais foi de US$ 4.537 por tonelada, queda de 21,15% em relação a março de 2022, de US$ 5.525.
Este resultado, segundo a ABRAFRIGO, levou a uma queda no acumulado do primeiro trimestre de 2023: de janeiro a março a receita foi de US$ 2,255 bilhões enquanto que, no ano passado, atingiu US$ 2,895 bilhões (-22%); a movimentação no mesmo período de 2022 foi de 542.410 toneladas e em 2023 alcançou 498.888 toneladas (-8%). De janeiro a março de 2023, os preços médios acumulam queda de 15,3%, passando de US$ 5.538 por tonelada (mar/22) para US$ 4.521 (mar/23). Os preços médios de exportação da carne bovina brasileira vêm caindo principalmente em função da redução dos preços de venda à China, que acumulam perda de 22,7% nos primeiros três meses do ano, passando de US$ 6.339 por tonelada no ano anterior, para US$ 4.899 este ano.
No primeiro trimestre de 2022, a China sozinha proporcionou uma receita de US$ 1,557 bilhão e importou do Brasil 245.632 toneladas de carne bovina. No primeiro trimestre de 2023 a receita foi de US$ 1,118 milhões e a movimentação de 228.235 toneladas, respectivamente queda de 28,2% na entrada de divisas e de 7,1% no volume. Na segunda posição do período, entre os importadores, os Estados Unidos também reduziram suas compras: a receita caiu de US$ 356,6 milhões no ano passado, para US$ 254,5 milhões em 2023. A movimentação, por sua vez, diminuiu de 69.799 toneladas para 57.990 toneladas. O Chile ocupou a terceira posição, com receita de US$ 90,9 milhões neste ano, contra 91,1 milhões em 2022 (-0,2%) e movimentação de 19.259 toneladas contra 18.679 toneladas no ano passado (+3,1%). No quarto lugar ficou o Egito, com queda na receita do trimestre de US$ 167,6 milhões em 2022 para US$ 77,6 milhões em 2023 (-53,7%). No volume, a queda foi de 43.706 toneladas para 22.150 toneladas (-49,3%). Na quinta posição ficou Hong Kong, com diminuição na receita de US$ 93,4 milhões no ano passado para US$ 76,4 milhões neste ano (-18,2%) e na movimentação de 26.390 toneladas em 2022 para 24.856 toneladas em 2023 (-5,8%). No total, 69 países aumentaram suas importações enquanto que outros 75 reduziram, informou a ABRAFRIGO.
Assessoria de Imprensa ABRAFRIGO