As inscrições são gratuitas, com vagas limitadas, e podem ser feitas pelo link( De acordo com o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno, o evento deverá reunir aproximadamente 180 profissionais para debater a questão da resistência de insetos a inseticidas e as plantas Bts (que possuem a toxina Bacillus thuringiensis – Bt, que auxilia no controle das principais espécies de lagartas). A Embrapa tem estudos mostrando que as populações de percevejos (principalmente Euschistus heros) são relatadas como resistentes a diferentes grupos químicos de inseticidas e a lagarta Rachiplusia nu e a broca-das-axilas (Crocidosema aporema) já apresentam resistência à proteína Cry1Ac, presente na soja Bt de primeira geração. “Esses casos de resistência dificultam o manejo em campo e podem, se não manejados adequadamente, levar a um uso maior de inseticidas”, explica Bueno.
A utilização indiscriminada de agrotóxicos para o controle de insetos, assim como a não adoção da área de refúgio no cultivo de plantas Bts, vêm favorecendo a seleção de populações de pragas resistentes a cada ano. Entre as estratégias antirresistência aos inseticidas estão a alternância de inseticidas com modos de ação diferenciados, o uso de doses recomendada pela pesquisa, a utilização de cultivares mais tolerantes a pragas, o refúgio, entre outras. O refúgio é o cultivo de uma percentagem da área (no mesmo talhão) com a mesma cultura não-Bt. “O objetivo é manter a população de insetos suscetíveis à toxina Bt para que haja o acasalamento com os indivíduos potencialmente resistentes – provenientes das áreas com plantas Bt – retardando, assim, a seleção de insetos resistentes à tecnologia”, explica Bueno.
MIP – Nos últimos anos, foram atualizadas as informações sobre o nível de ação (densidade de insetos ou injúria na qual recomenda-se a aplicação de inseticidas), sem prejuízo à produtividade da soja. Essa informação é a base das recomendações do Manejo Integrado de Pragas (MIP) para evitar aplicações de inseticidas desnecessárias. “Temos observado que o problema de falhas de controle de algumas pragas vem se agravando. Isso ocorre em função do uso frequente de produtos de mesmo modo de ação sem respeitar os níveis de ação recomendados, que representam o momento adequado da aplicação de inseticidas”, relata Bueno.
Diante desse cenário, a programação do evento contará com debate sobre quatro temáticas principais: resistência de pragas a inseticidas, resistência de pragas a soja-Bt, recomendações de manejo de pragas em áreas de refúgio e escolha de cultivares de soja para máxima produtividade do refúgio. “Vamos apresentar, durante o evento, as cultivares de soja que podem oferecer máxima produtividade aos produtores que adotarem o refúgio e como o refúgio deve ser manejado para garantir sua lucratividade associada ao seu objetivo de manejo de resistência”, destaca Bueno.
CABI – A CAB Internacional (Commonwealth Agricultural Bureaux) é uma organização intergovernamental de desenvolvimento e informação sem fins lucrativos que se concentra na disseminação da ciência para questões agrícolas e ambientais.
- Seminário – Resistência de Pragas: Um antigo problema da atualidade