O potencial do mercado de carbono em projetos de restauração florestal será um dos temas em debate em evento que reúne pesquisadores e profissionais do mercado em São Paulo neste mês. O 10o Workshop de Restauração Florestal será promovido Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) nos dias 24 e 25 de agosto, trazendo um ciclo de palestras com pesquisadores da área para debater questões atuais referentes à pauta ambiental. O tema deste ano é “Floresta & Água”, abrangendo toda a relação das matas com a disponibilidade hídrica do ecossistema.
A climate tech brCarbon participa do evento com a palestra “Projetos de carbono na restauração de áreas degradadas – Recursos técnicos e financeiros para reflorestamento, recuperação de nascentes e adequação ambiental de propriedades rurais”, proferida pelo diretor comercial da empresa, David Escaquete. “A escalabilidade de um projeto de carbono e os créditos gerados por ele viabilizam e aceleram a recuperação de áreas degradadas e a adequação ambiental de propriedades rurais”, explica o diretor.
Dentro do mercado de carbono, os projetos de reflorestamento são os chamados ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation, ou Arborização, Reflorestação e Revegetação, na tradução livre). Os projetos de ARR da brCarbon possuem uma abordagem diferenciada que busca apoiar iniciativas de restauração da vegetação nativa por meio de mecanismos de incentivos econômicos e financeiros, especialmente aqueles provenientes do mercado voluntário de carbono.
“O programa permite um ganho de escala das iniciativas pelo agrupamento de projetos, pois simplifica os processos necessários para certificação do carbono, desonerando o proponente do projeto, eliminando custos e minimizando os respectivos riscos. O incentivo financeiro é realizado por hectare em função do acúmulo de biomassa e, respectivamente, do incremento nos estoques de carbono e tem como objetivo ampliar a área plantada e os impactos climáticos positivos, gerando benefícios líquidos às comunidades e à biodiversidade”, explica o CEO da brCarbon, Bruno Matta.
Resultados concretos
Hoje a brCarbon está à frente do projeto Brazilian Amazon REDD+, que abrange 30 mil hectares de floresta amazônica preservados nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Mato Grosso com iniciativas em diferentes frentes. Atualmente, o Brazilian Amazon gera benefícios diretos para 70 famílias tradicionais ribeirinhas e indiretos para outras 370 famílias. Também contribui para a manutenção da biodiversidade local com cerca de 800 espécies da fauna monitoradas. Até 2025, a brCarbon pretende expandir sua atuação em todos os nove estados da Amazônia Legal, atingindo a conservação de 500 mil hectares.
Especificamente na área de restauração, a brCarbon conta com dois projetos de carbono iniciados há mais de 10 anos e que já estão gerando créditos no mercado voluntário. Ambos encontram-se em fase de expansão. Até hoje, o projeto de reflorestamento da APA do Pratigi, na Bahia, já reflorestou 145 hectares, e o Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, localizado em Goiás e Mato Grosso do Sul, restaurou outros 523 hectares. Com a ampliação, a área total de restauração deve chegar a mais de 50 mil hectares.
