Esta é a avaliação do professor e pesquisador do centro de agronegócios da FGV-SP Felippe Serigati.
À CNN Rádio, ele explicou que o momento é desconfortável para os produtores agrícolas.
“Já iniciamos a safra 23/24 de milho, que colhemos no verão, só que o excesso de chuvas atrasa a semeadura, o terreno úmido atrapalha as máquinas e a germinação da planta”, disse.
A janela de plantio para o milho, segundo o especialista, “é mais estreita, e o produtor vai ponderar: se não for possível plantar milho, vai apostar na soja.”
Mesmo assim, Serigati avalia que não é possível prever o tamanho do possível dano.
“Para agora, podemos sentir falta dos hortifrútis, que são plantas delicadas e suscetíveis ao tempo”, lembrou.
Isso não significa desabastecimento de itens como alface e cenoura, mas pode trazer produtos de “qualidade inferior e preço elevado.”
“Neste caso, quem mais perde é o produtor, que perde renda, já que mobilizou capital e não vai ter retorno”, completou.
No caso da safra de inverno, como trigo, canola e aveia, pode até haver perda, mas “são plantas amadurecidas e apresentam situação melhor”.