Exportação de farelo de soja em contêineres é alternativa para países asiáticos para nutrição animal
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Com uma operação dedicada e planejada para o transporte de farelo de soja, a Brado, referência nacional no transporte multimodal de cargas, prevê um ano promissor no mercado. Mais de 150 contêineres devem ser movimentados em fevereiro no terminal da empresa em Rondonópolis (MT), período que marca o início do ciclo da plena safra.

Com o mercado aquecido, após a exportação do farelo ultrapassar a barreira de 20 milhões de toneladas em 2022, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a expectativa da empresa é expandir o atendimento das demandas por biocombustíveis e nutrição animal.

“O farelo de soja é um subproduto do esmagamento do grão para produção de biocombustível e óleo, sendo, portanto, um produto sustentável e com maior valor agregado. De cada tonelada de soja processada, são extraídos de 750 a 780 quilos de farelo. É muito usado na nutrição animal por ser uma fonte rica de proteína”, explica Vinicius Cordeiro, gerente executivo Comercial da Brado Logística.

Cordeiro explica as vantagens de transportar o produto em contêiner. “O produto em contêiner é muito menos exposto e sai lacrado. É uma solução que traz segurança de que a carga chegará na mesma condição em que saiu do terminal”. 

Hoje, cerca de 5% do farelo de soja exportado pelo Brasil sai em navios porta-contêiner. Com capacidade para 28 toneladas, as caixas de 40 pés democratizam o acesso à compra e garantem a qualidade do farelo. A maioria da carga segue nos navios chamados break bulk, graneleiros com capacidade média de 60 mil toneladas. “Essa quantidade só consegue ser absorvida por grandes compradores. Por isso, na Brado desenvolvemos essa solução que atende clientes que precisam comprar o farelo em escalas menores”, destaca Cordeiro.

Operação da Brado

O produto chega ao Terminal de Rondonópolis (MT) em caminhão graneleiro ou porta-contêiner. No primeiro caso, ele vai ao tombador — maquinário que levanta o caminhão e tomba a carga em uma moega, de onde é feito o cross docking, transferência da carga direto para o contêiner.

No contêiner, o farelo pode ser transportado tanto em granel quanto em big-bags — onde vão cargas de maior valor agregado e de melhor qualidade. Ainda no terminal, é feita a fumigação para o controle de pragas e a documentação é liberada. De lá o contêiner segue de trem até o Porto de Santos.

Os principais destinos do farelo de soja em contêiner são países do sudeste asiático, como Vietnam e Indonésia, além da China e também da América do Sul, como Chile e Colômbia. No ano passado, a empresa movimentou mais de 2,5 mil contêineres, equivalente a aproximadamente 70 mil toneladas.

Aumento nas exportações

Conforme dados da Abiove, a exportação brasileira de farelo de soja cresceu 18% no comparativo entre 2021 e 2022. O volume saltou de 17,2 milhões para 20,3 milhões de toneladas. O resultado deve-se principalmente aos investimentos realizados pelas esmagadoras. Impulsionadas pela alta do dólar, nos últimos dois anos as indústrias das regiões Centro-Oeste e Sudeste investiram R$ 2,5 bilhões para aumentar a capacidade. O processamento teve um incremento de 8% desde 2020, atingindo mais de 50 milhões de toneladas em 2022.

Além dos investimentos, a dinâmica da safra também favoreceu o crescimento da exportação do farelo brasileiro. “A quebra da safra causada pela seca na Argentina deslocou a demanda internacional pelo farelo para o Brasil e Estados Unidos”, afirma Cordeiro. Um relatório divulgado pela Bolsa de Cereais de Rosário em janeiro prevê uma queda de 20% nas exportações argentinas de soja e derivados em 2022/2023.