Ibovespa sobe com Vale e após IPCA-15 elevar chance de corte de 0,5p.p. na Selic
W3.CSS

O Ibovespa avançava nesta terça-feira, com desempenho superior ao de Wall Street, diante de forte alta de Vale e após queda levemente maior que a esperada do IPCA-15 em julho elevar as apostas de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic na semana que vem.

Mineradoras e siderúrgicas subiam em bloco, com perspectiva de estímulo econômico na China, grande consumidora de aço, enquanto ações de varejistas, construtoras e de outros setores ligados à economia doméstica disparavam com expectativa pela queda dos juros. Prio e grandes bancos privados mostravam queda.

Às 11:26 (de Brasília), o Ibovespa subia 0,99%, a 122.544,17 pontos, tendo, na máxima, rompido a casa dos 123 mil pontos pela primeira vez desde agosto de 2021. O índice caminha para sua quarta sessão de alta seguida. O volume financeiro da sessão somava 6,9 bilhões de reais.

“O que a gente está vendo é uma inflação que vem fechando e abrindo espaço para alimentar a narrativa de que vamos ter um corte (de juros) mais substancial nas próximas reuniões, em especial em agosto”, disse Phil Soares, chefe de análise da Órama, que já tinha expectativa de redução dos juros em 0,5 ponto na reunião da semana que vem pelo Banco Central (BC).

O índice de inflação IPCA-15 caiu 0,07% em julho, a primeira deflação em dez meses, diante de queda nos preços de energia elétrica. A expectativa em pesquisa da Reuters era de uma variação negativa de 0,01%.

Agentes de mercado seguem em divergência sobre a magnitude do corte da Selic na semana que vem, entre 0,25 ponto ou 0,5 ponto, mas o IPCA-15 ampliou as apostas de redução em meio ponto, que já eram majoritárias.

A curva de juros precificava perto do fechamento da véspera 55% de chances de corte de 0,50 ponto, enquanto nesta manhã, após o IPCA-15, a chance foi a 65%.

“Estamos de olho na velocidade do corte da Selic. Isso deve ajudar a economia interna e melhorar todo fluxo de custo de capital para as empresas”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos. “Esse IPCA-15 ajuda a curva de juros a mostrar essa inclinação para um corte de 50 pontos-base”.

Para economistas do Citi, porém, o IPCA-15 ainda não é suficiente para levar o BC a reduzir a Selic em 0,5 ponto, embora afirmem, em relatório, que a probabilidade de uma diminuição dessa magnitude “aumentou na margem”.

Em Nova York, o S&P 500 subia cerca de 0,2% com investidores à espera de decisões de política monetária nesta semana, em especial do Federal Reserve (Fed), que deve elevar os juros em 0,25 ponto percentual, conforme expectativas de mercado. Porém, há dúvidas sobre o tom a ser adotado pelo banco central norte-americano com relação às próximas reuniões.

Balanços de empresas também movimentam o pregão no Brasil e no exterior, com Carrefour Brasil e Telefônica Brasil na agenda interna e Alphabet e Microsoft como destaque nos Estados Unidos.

DESTAQUES
  • VALE subia 3,59%, a 72,36 reais, caminhando para a quarta alta seguida, após o minério de ferro subir mais de 1% tanto na bolsa de Dalian quanto em Cingapura, diante de promessas de estímulo econômico pela China. Além disso, o Wall Street Journal disse que a empresa está perto de vender 10% de sua unidade de metais básicos por 2,5 bilhões de dólares a uma joint venture entre o fundo soberano da Arábia Saudita e a mineradora estatal Ma’aden. A Vale divulga balanço na quinta-feira. No setor, CSN MINERAÇÃO ON mostrava ganhos de 3,47%.
  • GERDAU PN avançava 3,43%, a 28,98 reais, enquanto CSN ON ganhava 5,75%, a 13,8 reais, e USIMINAS PNA tinha alta de 2,18%, a 7,51 reais, em dia também positivo para outras empresas ligadas a commodities metálicas.
  • MAGAZINE LUIZA ON elevava 5,98%, a 3,19 reais, VIA ON aumentava 5,37%, a 2,16 reais, com varejistas beneficiadas perspectiva de corte maior da Selic. No varejo de moda, ALPARGATAS PN subia 4,21%, a 9,41 reais.
  • PETROBRAS PN mostrava alta de 0,53%, a 30,47 reais, virando junto com o petróleo Brent, que exibia leve avanço de 0,4%. No setor, PRIO ON caía 1,41% e 3R PETROLEUM ON tinha variação negativa de 0,03%.
  • EZTEC ON subia 5,66%, a 21,27 reais, CYRELA ON aumentava 4,9%, a 23,76 reais, e MRV ON tinha alta de 1,22%, a 14,15 reais, sendo o setor de construção outro beneficiado pela queda da inflação.
  • CARREFOUR BRASIL ON subia 3,5%, a 11,54 reais, e TELEFÔNICA BRASIL ON perdia 0,41%, a 41,05 reais, antes de divulgarem balanços após fechamento do mercado.
  • ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,56%, a 28,38 reais, e BRADESCO PN mostrava queda de 0,66%, a 16,49 reais, com potencial fim do JCP no radar e antes de Santander Brasil abrir a temporada de balanços para o setor na quarta-feira pela manhã. SANTANDER BRASIL UNIT perdia 0,84%, a 29,53 reais.