Integração de defensivos químicos e biológicos incrementa a produtividade de frutas no Nordeste brasileiro
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A hortifruticultura é uma das maiores produções agrícolas do Brasil e está situada, principalmente, no Nordeste. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), a região possui características importantes para esses cultivos, como clima tropical com temperatura elevadas, insolação, estação chuvosa definida e solos férteis. No total, a produção de frutas e hortaliças ocupa uma área de pouco mais de 5 milhões de hectares, sendo o país o terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo somente para China e Índia.

O Ceará e o Rio Grande do Norte, por exemplo, são reconhecidos pela qualidade dos melões e melancias, enquanto Pernambuco e Bahia pelas mangas e uvas de mesa. Na Paraíba, o cultivo do abacaxi alcança patamares próximos dos 10 mil hectares plantados por ano e representou mais de 50% do valor bruto de toda produção da fruticultura estadual, no ano de 2021.

“Esses dados evidenciam a grande importância do segmento de hortifruti para o país e, no Nordeste, as frutas e hortaliças podem ser cultivadas praticamente o ano todo, o que melhora a competividade e a produtividade dos agricultores locais”, diz Luís Grandeza, gerente de culturas da FMC. 

A FMC é uma empresa de ciências para a agricultura, que desenvolve tecnologias mais sustentáveis para aumentar a produtividade e a qualidade das plantações, bem como oferece suporte técnico para que o produtor possa usar de forma correta os produtos para ter mais sucesso no campo.

Dentre as recomendações dos especialistas e engenheiros agrônomos está o manejo integrado para o hortifruti. “A interação de defensivos químicos e biológicos agrega à sustentabilidade, pois controla pragas e doenças e não gera impactos ambientais. Para isso, utilizamos soluções de baixa carência e alta performance. Ou seja, o produtor pode colher o fruto após um ou dois dias da aplicação, pois a solução não deixa resíduos e gera menor emissão de carbono. Além disso, o manejo integrado pode aumentar o potencial produtivo e qualidade dos frutos”, explica Grandeza.

Com o manejo integrado ainda é possível fazer a rastreabilidade dos defensivos agrícolas, ponto que determinará o sucesso produtivo e pode ajudar o agricultor a ter uma economia em seus custos operacionais e mais entrada das frutas e hortaliças em grandes redes varejistas. 

“Dados da Abrafrutas de 2022 consolidam manga, melões, limões e limas, uvas e melancias como as frutas mais exportadas no ano. Para isso, a rastreabilidade é imprescindível pois, nessas culturas, as aplicações de produtos são numerosas no campo e o produtor deve estar muito atento aos prazos de carência e também à rotação de princípios ativos para evitar a resistência. Por isso, é necessário ter soluções sustentáveis e que estejam presentes em todo o ciclo produtivo”, ressalta o gerente. 

Dentre os produtos da FMC que são utilizados na região, os resultados são altamente positivos com os inseticidas: Talstar®, que age por contato e ingestão e proporciona excelentes efeitos para o controle das lagartas e percevejos na uva e na manga; Avatar®, para lagartas de difícil controle nas culturas de uva, manga, melão e melancia; e Benevia®, que controla as principais pragas e protege as horticulturas, proporcionando mais vigor. Além desses, o fungicida Rovral® auxilia no tratamento de sementes e foliar para programas antirresistência e efetivo em todas as fases da vida do fungo, pois possui ação anti-esporulante, inibindo a reprodução dos fungos.

Ainda de acordo com a Abrafrutas, o potencial de vendas ao mercado interno ainda é grande. O consumo per/capita anual de frutas do brasileiro é de 60 quilos, enquanto que países da Europa como Espanha, França e Itália têm medias 120 kg/ano e 114 kg/ano, respectivamente. “Ainda temos muito a crescer e temos espaço e recursos. Para isso, os agricultores precisam fazer o monitoramento e manejo necessários, pois os melhores resultados são com medidas preventivas e utilizando produtos tecnológicos e inovadores, a fim de evitar a resistência e aumentar a produtividade”, comenta o Grandeza. 

Ele ainda apresenta resultados de pesquisas: “o Comando Nematoide, laboratório móvel que percorre o país com a equipe técnica da FMC, verificou que existem nematoides nas culturas da uva, goiaba e do melão no Nordeste. Para isso, é importante utilizarmos bionematicidas, como o Quartzo®, um produto biológico com alta eficiência no manejo integrado e recomendado para combater os principais nematoides como das galhas, de cisto e das lesões”, conta o gerente. Grandeza salienta que “os efeitos fisiológicos na planta são notáveis, como a melhor qualidade da fruta e incremento do desenvolvimento em até 20%. Isso acontece é graças à integração do defensivo químico e biológico”.

Colha Mais Sustentabilidade

Dentre os projetos da FMC está o Colha Mais Sustentabilidade, que ganhou o Selo de Sustentabilidade MIP Experience do Campo à Mesa, aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para os produtos focados em frutas, legumes e verduras.

O intuito do programa é contribuir com a produção de alimentos saudáveis, livre de resíduos, por meio do manejo de produtos biológicos e químicos de baixa carência e alta performance, corroborando com a rastreabilidade, além do fomento do manejo integrado de pragas (MIP) com menor emissão de carbono.

Para receber a certificação, as análises dos produtos da FMC apresentaram zero ou dentro dos limites de resíduos estabelecidos, monitorados pós-colheita. Além disso, as pesquisas revelaram que foi possível produzir mais quilos de alimentos por quilo de C02 emitido, ou seja, uma relação positiva versus os padrões de mercado. “Como resultado, temos produtos com alta qualidade e que foram produzidos de forma segura, sustentável e que geraram mais rentabilidade ao produtor”, diz Grandeza.

A iniciativa estimula a produção de alimentos livres de resíduos com ênfase no controle biológico aplicado integrado a outras táticas de manejo e, ainda, apoia ativamente o agricultor e divulga os benefícios do certificado, identificando os agricultores “fornecedores” qualificados pelo sistema. “Sabemos o quão ampla é a hortifruticultura e, por se tratar de culturas que estão no dia a dia das mesas brasileiras, tratamos com muita seriedade”, destaca o gerente.