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A família de uma cadelinha de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, vive o luto de perdê-la de forma trágica há uma semana. Haxa foi deixada em um pet shop da cidade para tomar banho, mas quando o filho da tutora Angélica Fernandes foi pegá-la, se deparou com o animal enforcado. O caso foi registrado na Polícia Civil.

O caso ocorreu no último dia 3. Ao Terra, a corretora de imóveis contou que tinha um horário agendado, logo no início da manhã e deixou Haxa no estabelecimento. Às 11h30, recebeu uma mensagem dizendo que a cadela estava pronta e pediu para que seu filho, de 24 anos, fosse buscá-la.

“A proprietária então me enviou um áudio dizendo que os funcionários sairiam meio dia para almoço e retornaram às 14h. Eu questionei se eu não poderia pega antes desse horário, ela então me enviou um áudio falando que como ela mora em cima do estabelecimento, que ao chegar eu poderia chamar que ela desceria para me entregar a Haxa, que estava tranquila”, informou. 


No entanto, quando chegou o filho dela chegou ao local, viu pelo vidro da porta que a cachorra estava “pendurada. “Ele correu, pegou ela no colo, mas ela já estava sem vida. Lembrando que ela estava sozinha no local, então só ficamos sabendo da morte dela no momento em que meu filho chegou”, relembra Angélica.  

Ainda de acordo com a corretora, a dona do estabelecimento ligou e pediu para que ela fosse até o local consolar o fiho. “Eu me desesperei e perguntei o que tinha acontecido. Ela então me falou que a Haxa havia morrido enforcada”, conta. A tutora também afirma que seu filho chegou a passar mal, “desnorteado” com o que havia ocorrido e precisou ser socorrido até o hospital pelos bombeiros. 

“Corri para o pet shop quando cheguei e realmente vi que minha mocinha estava sem vida. Entrei em desespero. O funcionário havia saído para almoço e simplesmente deixou ela em cima de uma bancada presa pelo pescoço. Como ela não tinha costume de ficar sozinha deve ter se agitado e escorregado”, aponta a tutora.

Diante de toda a dor, o filho de Angelica precisou ser medicado com calmante. O caso foi levado à Polícia Civil e registrado na Delegacia de Planaltina de Goiás.

“Na minha casa estamos todos desestruturados. Meu filho que viu a cena não está dormindo a noite, o mais novo dorme abraçado com lençol dela. Eu tento ser forte mas estou destruída, choro debaixo do chuveiro, choro quando estou andando na rua sozinha quando me deito para que meus filhos não fiquem me vendo chorar e ficarem piores que estão. Minha neném. Era carinhosa, alegre, obediente e muito, muito amorosa”, desabafa Angélica.

O outro lado


No dia dos fatos, o estabelecimento se manifestou e lamentou o ocorrido por meio de seu perfil nas redes sociais. A proprietária afirmou que estava com o coração entristecido e que a situação era “extremamente dolorosa”. 

“No dia de hoje, enfrentamos uma situação extremamente dolorosa: a perda de um cachorro sob os nossos cuidados, causada por negligência de um funcionário. Quero, antes de tudo, expressar minhas mais sinceras desculpas e sentimentos aos tutores do animal. Entendo que nenhum gesto pode reparar essa perda, mas gostaria de garantir que estamos fazendo todo o possível para lidar com as consequências deste trágico episódio. Assim que tomei ciência do ocorrido, medidas imediatas foram tomadas. O funcionário envolvido foi advertido, nos próximos dias outras medidas serão tomadas, e estamos revisando nossos protocolos de treinamento e supervisão para garantir que algo assim jamais volte a acontecer”, escreveu.

O estabelecimento teria custeado integralmente o envio do corpo ao crematório, o que classificou como “uma pequena atitude que, naquele momento, era o mínimo que poderíamos fazer”. Ainda segundo a dona, eles estavam em contato com os tutores da Haxa para oferecer apoio emocional e qualquer outra assistência que possa aliviar a situação.

Ainda segundo a nota, a proprietária afirmou que busca sempre monitorar de perto o local, mas na data do ocorrido não pode estar na empresa, pois estava de resguardo e precisou  cuidar dos dois filhos pequenos. “Por fim, quero reforçar que este pet shop foi criado com o propósito de oferecer um cuidado especial e humanizado aos animais que são parte fundamental da vida de tantas pessoas. Este compromisso permanece, e estamos dedicados a reconstruir a confiança de nossos clientes e da comunidade, trabalhando incansavelmente para que nunca mais haja um incidente dessa natureza”, finalizou. 

No dia seguinte, o funcionário foi desligado do estabelecimento. No entanto, com a repercussão do caso, a proprietária decidiu fechar o pet shop. 

“Anunciou o encerramento temporário. A morte da Haxa com certeza me abalou muito, ela era minha cliente desde 2021, são 3 anos de muita troca, cuidado e carinho. Eu sempre fiquei presente e a frente do atendimento enquanto estava atuando diretamente, mas me ausentei no nascimento dos meus dois filhos e por isso não estava presente recentemente na loja. […] Eu sinto muito pelo ocorrido e mais uma vez deixo claro que eu sei a culpa e a responsabilidade que eu carrego como dona e proprietária  do local”.