SAMU reforça orientações para prevenir riscos durante as festas de fim de Ano

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) orienta a população e dá dicas para evitar riscos durante as festas de Natal e Réveillon. A Central de Urgência do SAMU em Campo Grande atende, em média, 650 chamadas por dia, totalizando cerca de 235 mil ao ano. A maioria das ocorrências está relacionada a patologias clínicas, como mal-estar, paradas cardiorrespiratórias, desmaios, acidentes domésticos, alergias, entre outras. Também há uma grande demanda por atendimentos de traumas, especialmente decorrentes de acidentes de trânsito.

A coordenadora em exercício do SAMU, Renata Veloso, explica que o serviço conta com 221 profissionais atuando na Capital. Ao ligar para o número 192, a chamada é inicialmente atendida por um técnico de plantão, que direciona a solicitação para um dos médicos reguladores (4 profissionais no período da manhã, 5 à tarde e 4 à noite). “Em até 30 segundos, o médico regulador precisa decidir se enviará uma viatura, qual o tipo (avançada ou básica) e, em seguida, transmitir o código da ocorrência para a equipe de rádio-operação, que direciona a ambulância mais próxima para o atendimento”, detalha Renata.

As confraternizações de fim de ano, marcadas por excessos de comida e bebida, são uma grande preocupação para o SAMU. “Muitas vezes, as pessoas exageram, acham que estão bem e acabam dirigindo alcoolizadas, o que resulta em acidentes de trânsito”, alerta a coordenadora. Outro ponto de atenção são os engasgos provocados durante as refeições. “As pessoas estão conversando, rindo e comendo, muitas vezes sem mastigar adequadamente, o que aumenta o risco de engasgos”, explica.

Além disso, indivíduos com condições de saúde preexistentes, como hipertensão ou diabetes, frequentemente ignoram as restrições alimentares, abusando de alimentos gordurosos e doces. Isso pode desencadear quadros graves, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Renata destaca que o primeiro contato do SAMU com esses casos é feito por telefone, o que torna essencial confiar na descrição dos sintomas fornecida por quem faz a ligação. Entre os dias 1º e 18 de dezembro, as equipes do SAMU atenderam 45 casos suspeitos de AVC em Campo Grande.

Para identificar possíveis casos de AVC, o SAMU utiliza as letras do próprio nome como referência, facilitando o diagnóstico inicial:

  • S de sorriso: O médico pergunta se a pessoa com sintomas consegue sorrir. “O sorriso deve ser simétrico; observamos se ambos os cantos da boca conseguem se elevar”, explica Renata.
  • A de abraço: O paciente é orientado a levantar os braços, como se fosse abraçar alguém. Em casos de AVC, pode haver perda de força, dificultando a elevação dos braços.
  • M de música: O médico pede que a pessoa cante uma música, verificando se está consciente e orientada.
  • U de urgência: Essa última letra reforça que, ao identificar qualquer alteração nos testes, é imprescindível ligar imediatamente para o 192.

Criado em 2004, o SAMU completou 20 anos de atuação em Campo Grande em 2024. Atualmente, o serviço opera com 14 bases distribuídas estrategicamente para atender todas as regiões da cidade. São 14 ambulâncias em funcionamento diário, sendo 4 de suporte avançado e 11 de suporte básico, garantindo atendimento rápido e eficiente à população.