O elenco de “Os Outros”, nova série do Globoplay, se reuniu na noite desta segunda-feira, 29 de maio, para a pré-estreia da produção. O projeto chega à plataforma na quarta-feira, 31 de maio.
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Protagonizada por Denise Fraga e Adriana Esteves, a série traz à tona diversos conflitos num condomínio no Rio de Janeiro. Inspirada em fatos, o drama parece ser um retrato social da convivência em sociedade nos últimos anos.
Lucas Paraizo criador o projeto, se baseou em reportagens de brigas de condomínios que poderiam ser histórias de novela, mas aconteceram de fato. Um dos exemplos foi o homem que dava tiros com armas de pressão na varanda dos vizinhos que tinham cachorros.
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Luisa Lima, diretora artística da série, falou a respeito do projeto no “Fantástico”, Globo.
“A gente costuma dizer que a vida sempre supera a ficção, quando você vê coisas absurdas acontecendo na ficção pode ter certeza que pode acontecer coisas mais absurdas na vida real”
TRAMA ATUAL
A obra traz uma discussão sobre intolerância e dificuldade de diálogo na sociedade atual.
“É uma série que tenta trazer a discussão, a tolerância, o diálogo para que repensemos a sociedade que estamos vivendo. A série é um alerta para mostrar as reações que nós mesmos podemos ter felizmente ou infelizmente, mas que possamos perceber os limites da convivência em sociedade”, disse Lucas Paraizo, autor da série.
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“Eu tinha a vontade de falar sobre a intolerância, e o artifício que encontrei foi mostrar a relação inerente entre vizinhos, desconhecidos que convivem lado a lado. Na trama, eles são uma forma alegórica de me referir ao convívio em sociedade. Em um condomínio, há uma mistura de personagens: em um mesmo espaço, se relacionam pessoas de diferentes classes sociais, idades e gêneros”, completou o autor, falando da ideia de como surgiu a ideia da série, completando que teve como referências os filmes Deus da Carnificina, Beleza Americana, Relatos Selvagens e Parasita.
Na história, dois casais vizinhos vividos por Wando (Milhem Cortaz) e Mila (Maeve Jinkings); e Cibele (Adriana Esteves) e Amâncio (Thomás Aquino) entram em choque após a briga de seus filhos, Rogerio (Paulo Mendes) e Marcinho (Antonio Haddad), levando a consequências absurdas.
“Cibele é de uma habilidade incrível. Tudo que ela faz achando que dá certo, cai por um viés errado. Poderia ser cômico, quase patético. É impressionante como a série denuncia o quanto uma pessoa precisa do outro, principalmente em questões femininas que elas vão viver. Apesar das duas brigarem pelos filhos, elas precisam uma da outra”, disse Adriana Esteves sobre as cenas que divide com Maeve Jinkings, que completou falando que o atrito das personagens fará com que elas se aproximem.
“Você está o tempo todo se comparando com o outro. Em outra medida, nossos filhos são extensões nossas. Então, tem o instinto de proteção, mas à medida que elas vão entrando em atrito, vão tendo mais intimidade, elas vão se dando conta de semelhanças e como precisam uma da outra e como têm coisas em comum. Eu espero que a série seja um espelho, porque é muito mais sobre a gente do que qualquer coisa”.
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Milhem Cortaz ainda falou que seu personagem vive em uma grande solidão, apesar de buscar ser um bom pai e marido.
“O recorte que a gente tira da sociedade e essa coisa de não se encontrar no diálogo, é porque a gente está sozinho. O retrato da sociedade pós-pandemia, com aflições e alegrias, mas de uma maneira sozinha. A solidão mais cruel é você ter muitas pessoas ao redor e não ser notado por ninguém. (O Wando) é um provedor das coisas da casa, cuida da família de forma obcecada e, a partir de alguns acontecimentos, ele vai mudando o rumo e indo para um caminho de solidão profunda. Apesar de ser divertido, carinhoso, ele representa essa solidão dentro do mundo dele. A certeza que ele está certo é maior do que qualquer coisa, pouco se importando com o próximo. É um dos trabalhos mais difíceis que já fiz, pelos desafios, pelas pessoas talentosas que estão ao meu lado”.
Dona Lúcia (Drica Moraes) é a síndica do condomínio Barra Diamond, cuja aparente normalidade entra em risco diante das questões envolvendo as famílias. Ela conta com a atenção do porteiro Elvis (Rodrigo Garcia) para mantê-la informada sobre tudo o que acontece por ali.
“Viver está muito perigoso, o sarrafo está alto do que se pode dizer, o que não pode. O condomínio é um microcosmos da sociedade, cada um com suas crenças, seus valores. Como linguagem, o público pode esperar algo original”, afirmou Drica.
Sérgio (Eduardo Sterblitch) é um ex-policial expulso da corporação e morador do condomínio que vê uma oportunidade de obter vantagens diante do conflito entre os vizinhos. Do relacionamento com Joana (Kênia Bárbara), virou pai de Lorraine (Gi Fernandes), uma adolescente que chega de surpresa para morar com ele.
O ator é muito conhecido por seus personagens cômicos e preferiu nem adiantar muito como será seu papel para que o público se surpreenda.
“Eu tenho certeza que o público vai se surpreender e acho que quando estão falando do humor, pode ser esse lugar. Você deve rir de nervoso, então você acaba se surpreendendo com o caminho que a série vai levando. As pessoas vão se ver e ver quão absurda pode ser sua vida. O que eu mais gosto de fazer é trabalhar na surpresa e esse personagem chega em um momento perfeito, porque, quem me vê com um humor mais escrachado, vai ser uma boa surpresa”, disse, evitando spoilers.
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A diretora Luisa Lima, com quem Lucas havia trabalhado em produções como ‘O Rebu’ e ‘Justiça’, revelou pontos principais que serão abordados, como a falta de diálogo e a incapacidade da escuta, trazendo também uma resposta ao público.
“A falta do diálogo, a incapacidade da escuta serão alguns dos pontos focais da série. Estamos colocando essa ênfase nos conflitos, nas brigas em que uma situação acontece entre dois jovens de classe média dentro do condomínio dentro de um campo de futebol, em que os pais vão tentar resolver, mas isso desencadeia situações ainda mais violentas. O que estamos querendo provocar é o ‘Faça amor, não faça guerra’. O dia a dia está muito violento e é isso que tentamos trazer essa consciência e essa discussão toda ao público”, disse.
“Em ‘Os Outros’, estamos discutindo nossa formação social e suas implicações na vida contemporânea através de uma história que busca expor as relações humanas sem julgamento. Fala das nossas falhas, dificuldades e limitações, e, ao mesmo tempo, valoriza o afeto em personagens da classe média mergulhados em acontecimentos violentos”, finalizou Luisa.
“Os Outros” é uma criação de Lucas Paraizo, escrita com Fernanda Torres, Flavio Araujo, Pedro Riguetti, Bárbara Duvivier, Thiago Dottori e Bruno Ribeiro. A série tem direção artística de Luisa Lima e direção de Lara Carmo. A produção é de Luciana Monteiro, e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim. A série Original Globoplay “Os Outros” estreia no dia 31 de maio, às 18h, com o primeiro episódio aberto para não assinantes até o dia 05 de junho. A cada semana, serão disponibilizados dois episódios, sempre às quartas e sextas, até o dia 7 de julho.
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