O guitarrista mexicano Carlos Santana está promovendo seu novo documentário “Carlos” que estreia no Tribeca Film Festival, que conta detalhes importantes sobre sua vida e carreira musical, e em uma nova entrevista à revista “People”, ele confessa que perdoou o homem que abusou sexualmente dele quando criança.
O músico de 75 anos refletiu sobre o trauma da infância e compartilhou como sua jornada para encontrar paz e aceitação foi “realmente espiritual” durante esse difícil processo.
“Aprendi a olhar para todos que já se esforçaram para me machucar, me rebaixar ou me fazer sentir menos, como se tivessem 5 ou 6 anos de idade, e sou capaz de olhar para eles com compreensão e compaixão (…) Por exemplo, essa pessoa que abusou de mim sexualmente, em vez de mandá-la para o inferno para sempre, eu a visualizei como uma criança, e atrás dela havia muita luz”, disse.
“Então eu posso mandá-lo para a luz ou mandá-lo para o inferno sabendo que se eu mandá-lo para o inferno, irei com ele. Mas se eu o enviar para a luz, também irei com ele”, contou sobre sua maneira de liberar-se da “dor” que o acompanhou durante muito tempo de sua vida.
“Existe um ditado: ‘Pessoas feridas machucam pessoas’. É a minha dor. Aconteceu comigo. Mas se você abrir as mãos e deixá-lo ir, não sentirá mais isso”
O lendário guitarrista falou sobre seu abuso na infância pela primeira vez em uma entrevista de 2000 à revista Rolling Stone, onde disse que que foi abusado “quase todos os dias” entre 10 e 12 anos por um americano que cruzava a fronteira e trazia presentes para ele. O abuso acabou quando Santana se apaixonou por uma garota e seu agressor ficou com ciúmes.
“Olhei pela primeira vez para quem ele era: uma pessoa muito doente”, disse na época, revelando que seu agressor era um turista que se tornou amigo de seus pais.
“Você quer ficar com raiva de si mesmo por não saber melhor. A mente tem uma maneira muito insidiosa de fazer você se sentir culpado: ‘você é o culpado, que vergonha, foi você quem trouxe isso para si mesmo.’”.
Ele lembrou como sua mãe o confrontou sobre o abuso na frente dos irmãos:
“Eu era a vítima, mas eles estavam ouvindo que eu fiz isso acontecer”, disse ele. “Isso ficou em minha mente por muito, muito tempo – que ela não teve a compaixão de dizer: ‘Eu me sinto tão mal por não ter lido os sinais.’”, lamentou na época.
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