Pagando de gatinhos: influenciadores presos ostentavam com notas falsas e ouro fake

Durante a Operação 777, a Polícia Civil desmantelou uma sofisticada operação de falsificação de dinheiro e estelionato envolvendo influenciadores digitais de Cuiabá e São Paulo. Em ação conjunta das Delegacias Especializadas de Defesa do Consumidor e de Estelionato e Outras Fraudes, as autoridades apreenderam um volume expressivo de notas falsas de R$ 100 e R$ 200, além de dólares falsos.

Ao todo, foi apreendido quase mil notas falsas de 100 e 200 reais, além de mais de trezentas notas de U$ 100 que também não possuem valor.

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Foto: PJC-MT

Deflagrada na manhã do dia 27 de novembro em Cuiabá, a Operação 777 prendeu Larissa, Victor Vinicius de Freitas, Nicolas Guilherme de Freitas, Carlos Henrique Morgado e Gabriel Ferreira.

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Influencers presos em Cuiabá

A investigação revelou que os criminosos utilizavam esse dinheiro falso, juntamente com bijuterias de metal comum semelhante a estanho e latão, para ostentar uma vida de luxo nas redes sociais e atrair seguidores para esquemas de apostas online fraudulentos, conhecidas como “jogo do Tigrinho”.

As investigações apontam que os influenciadores digitais presos durante a operação utilizavam as redes sociais para promover uma falsa imagem de sucesso financeiro, induzindo seus seguidores a acreditarem que suas riquezas eram provenientes de jogos de azar online. No entanto, as investigações demonstram que se tratava de um golpe elaborado, com o objetivo de lesar financeiramente seus seguidores.

O material apreendido será submetido a perícia para confirmar a autenticidade das informações e embasar as acusações contra os envolvidos. Os investigados poderão responder pelos crimes de falsificação de moeda e estelionato.

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Foto: Divulgação PJC-MT

Simulação de jogos

A Polícia Civil ainda investiga a suspeita de que os influenciadores também enganavam seus seguidores postando vídeos de apostas realizadas em versões demonstrativas das plataformas, que eram fornecidas apenas para eles.

As plataformas estavam programadas para que quase sempre os investigados ganhassem e, muitas vezes, obter altos valores com apostas de valores baixos que não passavam de uma simulação.

Medidas cautelares

Por decisão judicial do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, os seis influenciadores presos na Operação 777 tiveram as redes sociais no Instagram e no Facebook bloqueadas.

Também estão proibidos de deixar o país e de realizarem publicações relacionadas a jogos de azar ilegais, sob pena de cometerem crime de desobediência e de terem as prisões preventivas representadas pela Polícia Civil.

As mães de três deles também são investigadas por lavagem de dinheiro.

Influencer é filha de mulher que matou criança envenenada

Larissa Matavelli está presa provisoriamente no mesmo presídio que sua mãe, Jaíra Gonçalves de Arruda – condenada por matar a enteada de 11 anos envenenada em Cuiabá.

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Os crimes cometidos por ambas causaram grande repercussão. Elas estão detidas na Penitenciária Ana Maria do Couto May. A prisão da Jaíra ocorreu em 2019 após a investigação da Polícia Civil apurar que ela foi responsável por envenenar por, no mínimo, três meses a enteada Mirella Poliane Chuê de Oliveira.

A reportagem apurou que a polícia ficou sabendo do parentesco no dia da prisão da influencer. Na delegacia alguém teria reconhecido a jovem e afirmado que ela era filha de uma condenada por matar uma criança envenenada.

Fontes da reportagem afirmaram que elas não estão na mesma cela, já que a prisão de Larissa é provisória e a da sua mãe, é em regme fechado. Jaíra foi condeada a 26 anos de prisão.

A morte da menina Mirella Poliane Chue de Oliveira, de 11 anos, em junho de 2019, inicialmente atribuída a causas naturais, revelou-se um crime bárbaro. Investigações da Polícia Civil apontaram que Mirella foi envenenada pela própria madrasta, Jaíra Gonçalves de Arruda Oliveira, em um plano macabro para se apoderar de uma herança de R$ 800 mil deixada pela mãe falecida da menina.

De acordo com a denúncia, Jaíra administrou veneno na comida de Mirella durante meses, levando a menina a diversos hospitais para despistar as investigações. A madrasta escolhia diferentes hospitais a cada internação para evitar levantar suspeitas sobre a causa das constantes internações da menina.