Turista de SP morto em Jericoacoara foi confundido com membro de facção Rival

A polícia apreendeu nesta segunda-feira (23) um adolescente suspeito de participação no assassinato do turista de São Paulo Henrique Marques, morto na Vila de Jericoacoara, no litoral do Ceará, após ser confundido com um membro de uma facção rival. Também foi cumprido um mandado contra um homem já preso no Maranhão, apontado como o mandante do crime, conforme a Secretaria da Segurança Pública do Ceará.

O mandante do homicídio, que não teve o nome divulgado pela polícia, possui “extensa ficha criminal” por homicídios, tráfico e crime contra administração pública. O adolescente foi apreendido em Fortaleza, no Bairro Barroso.

“O adolescente e o homem são suspeitos de serem integrantes de um grupo criminoso de origem carioca [Comando Vermelho], sendo o homem de 36 anos chefe do grupo criminoso no município de Jericoacoara. A motivação do crime seria pelo fato do grupo ter confundido o adolescente como integrante de um grupo criminoso rival de origem paulista [PCC] “, afirmou a Secretaria da Segurança.

Henrique havia posado para fotos fazendo o gesto do número três com as mãos, o que faz referência ao PCC.

Conforme a Perícia Forense, Henrique foi espancado até a morte e teve o corpo jogado na lagoa. Ele não sofreu ferimentos por tiros ou facadas.

O adolescente foi apreendido em Fortaleza, no Bairro Barroso, e confessou participação no crime, segundo policiais responsáveis pela investigação do caso.

Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, desapareceu na madrugada de terça-feira (17), durante a viagem de férias que fazia na companhia do pai, Danilo Martins de Jesus. Uma câmera de segurança registrou o momento que o jovem foi rendido por oito pessoas e levado à força.

A Secretaria da Segurança Pública que todos foram identificados, e a “expectativa é de que todos sejam presos até o fim desta semana”.

O pai de Henrique afirma que o filho não tinha conhecimento do significado do símbolo.

“Isso [símbolo que Henrique fez com as mãos nas fotos] é normal onde moramos. O moleque tinha 16 anos. Deveriam ter orientado: ‘aqui não pode fazer esse símbolo, é de outra facção’ – falado isso para ele ou qualquer outra pessoa que não tem ciência. Não fazer uma crueldade dessas, achando que um moleque de 16 anos era envolvido com facção”, disse o pai da vítima.

Pai e filho estavam há uma semana em Jeri (como é conhecido o destino turístico no litoral cearense), em uma viagem de férias.

“Era a primeira vez da gente em Jericoacoara. Era a primeira viagem nossa. A gente nunca tinha viajado junto”, disse o pai do adolescente. Segundo Danilo, na noite do desaparecimento de Henrique, ele e o filho estavam na Vila, mas o adolescente decidiu voltar sozinho para o hotel onde estavam hospedados, para recarregar o celular e descansar para a viagem de volta a São Paulo, que aconteceria no dia seguinte.